Aníbal reforça que haitianos têm liberdade para ir e vir

Senador refutou acusações de que o governo do Acre estaria enviando migrantes para São Paulo

Aníbal reforça que haitianos têm liberdade para ir e vir

Aníbal: manifestação do governo paulista
causa surpresa e indignação

O senador Aníbal Diniz (PT-AC) ocupou a tribuna, na tarde desta segunda-feira (28), para rebater as “acusações descabidas” feitas pela secretária de Justiça e de Defesa da Cidadania do estado de São Paulo, Heloísa de Souza Arruda, de que o governo do Acre estaria “enviando haitianos para São Paulo”.

Para Aníbal, a rejeição do governo paulista aos refugiados do Haiti pode caracterizar racismo e tentativa de higienização racial. Pela lei brasileira, é livre o transito de pessoas em todo o território nacional e, ao receberem o visto de entrada, os haitianos podem se deslocar para onde quiserem dentro do País.

“Essas pessoas são livre para se locomoverem no Brasil e não será uma elite preconceituosa que irá definir onde elas devem ficar”, afirmou o senador acriano. Desde dezembro de 2010, quando o Haiti foi devastado por um terremoto, o Brasil vem recebendo um grande número refugiados desse país caribenho.

O município de Brasileia, no Acre, com apenas 10 mil habitantes em seu centro urbano, vem sendo a principal porta de entrada dos haitianos – cerca de 20 mil, em pouco mais de três anos. “Mas é óbvio que não é no Acre que eles querem ficar. Eles querem seguir para o Centro-Sul, onde há trabalho. E não cabe a nós impedi-los”, discursou Aníbal.

O parlamentar lembrou o esforço do Acre para amparar esses refugiados com abrigo e alimentação às expensas do governo local. Só a partir de 2012 o estado começou a receber verbas federais para esse socorro, que, pelo impacto provocado na execução das políticas públicas locais, levou o governador Tião Viana (PT) a decretar estado de emergência social.

Para Aníbal, a manifestação da integrante do governo paulista causou “surpresa e indignação” porque, desde o início do fluxo de migração, os haitianos passam um tempo no Acre e seguem voluntariamente para outros estados, especialmente São Paulo. O número maior de refugiados a deixar o estado, agora, deve-se aos quase dois meses de fechamento da BR-364, única ligação rodoviária do Acre com o resto do País, em decorrência da cheia do Rio Madeira.

Aníbal foi aparteado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que deu um depoimento sobre a satisfação dos empresários de Santa Catarina com os trabalhadores haitianos que foram viver no estado. “São pessoas ordeiras, trabalhadoras e que aprendem rápido. Muitos já estão ocupando funções qualificadas nas indústrias de lá”, relatou o senador catarinense.

Cyntia Campos

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