BC reajusta a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual

Especialistas avaliam que os juros devem baixar quando o aperto monetário promovido pelo Governo se refletir nos preços para o consumidor


Índice passou para 10,5%

O Banco Central subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. Com isso, o índice, que funciona como referência para a economia passa para 10,50% ao ano. O Banco Central explicou que a nova puxada no índice foi necessária  por conta de um quadro de inflação mais resistente do que o esperado, mas que pode perder força quando o aperto monetário feito até agora se transmitir aos preços. Ou seja, quando o efeito das medidas adotadas pelo Governo, a taxa possivelmente recuará.

“Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciada na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano, sem viés”, informa nota divulgada pelo BC na noite desta quarta-feira (15)

Segundo o presidente do BC, Alexandre Tombini, a inflação mostrou resistência “ligeiramente acima” do esperado. “Essa resistência da inflação, em grande medida, se deveu à depreciação cambial ocorrida nos últimos semestres (referindo-se à alta do dólar frente ao real), a custos originados no mercado de trabalho, além de recentes pressões no setor de transportes”, avaliou.

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas, tendo por base o IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

A nota do Banco Central deixa margem para o entendimento de que houve necessidade de um leve puxão na taxa, mas que isso deve ser estancado assim que o mercado refletir os ajustes na economia.

Giselle Chassot, com informações do Banco Central e das agências de notícias

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