Brasil reduziu a fome em dois milhões de pessoas nos últimos 3 anos

De acordo com a FAO, o número de pessoas subnutridas no Brasil reduziu de 23 milhões (1990/92) para 13 milhões (2010/12).

O Brasil conseguiu reduzir o número de pessoas subnutridas no País em 2 milhões de pessoas no último triênio, segundo o informe ‘O Estado da Segurança Alimentar no Mundo’ (SOFI 2012), publicado conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA). 

De acordo com a FAO, o número de pessoas subnutridas no Brasil reduziu de 23 milhões (1990/92) para 13 milhões (2010/12). Somente nos últimos três anos, houve uma redução de 15 milhões (2007/09) para 13 milhões (2010/12), representando uma queda de 13%. (Leia material aqui produzido pela Liderança do PT no Senado no dia 09/10).

Brasil e Peru foram os países latino-americanos com maiores reduções de subnutridos no período entre 2007/09 e 2010/12. No caso do Brasil, a proporção de subnutridos caiu de 14,9% para 6,9%, de 1990/92 a 2010/12, cumprindo assim o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

“O caso do Brasil demonstra que se uma sociedade se propõe a erradicar a fome e, para isso, converte a segurança alimentar e nutricional em uma política de Estado, podem ser realizados enormes avanços a curto prazo. Os múltiplos programas que integram o Fome Zero atacam as raízes profundas do problema multidimensional da fome. Além disso, garantem redes de segurança social que protegem os mais vulneráveis dos choques econômicos dos últimos anos”, explicou Raúl Benítez, Representante Regional da FAO para a América Latina e Caribe.

Para o Representante da FAO no Brasil, Helder Muteia, “o País tem dados passos fundamentais para a erradicação da fome e tem sido exemplo para o resto do mundo, por combinar estratégias de crescimento econômico e políticas públicas específicas de luta contra a fome como o Programa Fome Zero e o Bolsa Família”.

Crescimento com inclusão social
De acordo com o estudo, a média de crescimento do PIB do Brasil se recuperou nos últimos três anos depois de sua queda durante o ano de 2009, fruto da crise econômica mundial. Nos últimos dois anos, o PIB brasileiro cresceu em média 5% em termos reais, o que permitiu seguir reduzindo a fome no País.

Segundo o estudo, o crescimento nem sempre é suficiente ou suficientemente rápido. Por isso, são necessários sistemas de proteção social para garantir que os mais vulneráveis também possam participar, contribuir e se beneficiar. Medidas como as transferências de renda têm de ser garantidos aos que se encontram em situação de vulnerabilidade.

No Brasil, o Programa Bolsa Família tem tido fundamental impacto na estratégia de segurança alimentar. De acordo com o SOFI 2012, o Programa aumentou a participação laboral das mulheres em 16% entre as famílias beneficiárias e não beneficiárias.

Luta contra a desnutrição nas cidades: o pioneirismo de Belo Horizonte
A capital mineira se destaca pelo pioneirismo no combate à fome na periferia da cidade. No início dos anos 90, cerca de 38% dos habitantes de Belo Horizonte viviam na pobreza e cerca de 20% das crianças com menos de 3 anos sofriam de desnutrição. Este cenário levou o governo a desenvolver uma resposta em nível estrutural, que transformou em realidade o direito humano a ingestão de alimentos adequados em quantidade e qualidade.

Foi reduzida a mortalidade infantil em 60%, usando apenas cerca de 2% do orçamento anual da cidade, e reunindo mais de 20 programas interligados e complementares e servindo de forte influência à criação do Programa Fome Zero.

Com algumas mudanças, o sistema de segurança alimentar de Belo Horizonte poderia ser modelo de sucesso para outras cidades do mundo, afirma o relatório.

América Latina e Caribe foram as que mais avançaram na redução da fome
América Latina e Caribe reduziram a fome em 16 milhões de pessoas nos últimos 20 anos, alcançando 49 milhões de pessoas.

Nos últimos 20 anos, a América Latina e o Caribe foram as que mais avançaram na redução da fome em termos de porcentagem e número de pessoas famintas, alcançando importantes passos para o cumprimento das Metas da Conferência Mundial de Alimentação e do primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio.

ONU Brasil

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