Brics: Dilma discute o estímulo ao crescimento econômico

Juntas, as economias de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul devem representar 56% do crescimento do PIB mundial em 2012.

 

Brics: Dilma discute o estímulo ao crescimento econômico

 

A presidenta Dilma Rousseff participa nesta semana, em Nova Délhi, capital da Índia, de uma série de atividades e encontros relacionados à IV Cúpula do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O evento começa com um jantar em homenagem aos líderes do BRICS que devem discutir o estímulo ao crescimento econômico mundial. Ainda na quarta-feira, Dilma terá reunião bilateral com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

Na quinta-feira (29/03), Dilma participa de reunião de cúpula e assinatura de atos. Ela também terá encontros bilaterais com os presidentes da Rússia, Dmitri Medevedev, e da China, Hu Jintao. Na sexta-feira (30/03), Dilma fará sua primeira visita oficial à Índia, que inclui reunião bilateral com a presidenta Pratibha Patil e com o primeiro-ministro Manmohan Singh.

BRICS – Esta será a segunda participação da presidenta Dilma em uma cúpula do BRICS, importante mecanismo de diálogo e interlocução das chamadas economias emergentes. Juntas, as economias de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul devem representar 56% do crescimento do PIB mundial em 2012. A IV Cüpula ocorre num momento delicado para a economia mundial por causa do agravamento da crise na Zona do Euro. O estímulo ao crescimento econômico estará, portanto, no centro das discussões.

O termo surgiu em 2001, mas o primeiro encontro entre Brasil, Rússia, China e Índia no âmbito do BRICS ocorreu em setembro de 2006, à margem da 61ª. Assembleia Geral das Nações Unidas. E o que era apenas um conceito comercial usado para classificar a forte expansão das economias daqueles países deu origem a um agrupamento incorporado à política externa, o BRICS, que, a partir de 2011, incluiu a África do Sul.

Economicamente, o BRICS possui um importante peso no cenário mundial. Entre 2003 e 2007, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial.

De acordo com doutor em Sociologia e professor de Relações Internacionais, Antônio Jorge Ramalho, o ambiente criado pelo BRICS inclui uma agenda de cooperação, diálogo e aproximação dos países, primeiramente no âmbito econômico para depois atingir o político. “O BRICS permite que os países que o compõe se apresente ao mundo como potências mais responsáveis, previsíveis, cautelosas”, disse.

Agenda

Dilma Rousseff chegou nesta terça-feira (27) à Índia, acompanhada por cinco ministros – Antonio Patriota (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Educação), Marco Antonio Raupp (Ciência, Tecnologia e Inovação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Helena Chagas (Comunicação Social), além do governador de Sergipe, Marcelo Déda, e 110 empresários.

Durante a cúpula, cuja principal reunião será na quinta-feira (29), o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, apresentará a proposta de criação do banco do desenvolvimento do Brics. A ideia é que a instituição se dedique aos investimentos em projetos de infraestrutura e desenvolvimento em nações pobres. O processo de criação do banco deve ocorrer a longo prazo.

Nas discussões, os líderes se esforçarão para mostrar à comunidade internacional que o bloco pode ser referência no cenário econômico e político.

O objetivo do Brics é ampliar as relações comerciais internas e externas, incentivando a expansão dos mercados exportadores e importadores. Para o Brasil, é fundamental indicar que o mercado exportador do país não se limita apenas aos produtos agrícolas. Os empresários que integram a comitiva presidencial participarão do Fórum Empresarial, que reúne representantes dos países que integram o bloco.     

A intenção é que os presidentes e o primeiro-ministro da Índia assinem uma declaração que fixa a determinação do Brics de ampliar os acordos bilaterais, por intermédio de suas instituições bancárias de desenvolvimento econômico, utilizando moedas locais.

Os presidentes e o primeiro-ministro também devem discutir propostas para a defesa da paz e da segurança no Oriente Médio e Norte da África. Os destaques deverão ser a Síria, devido à onda de violência que dura mais de um ano, e o Afeganistão, que vive momento de apreensão depois do massacre de civis por um sargento norte-americano.

Com Agência Brasil e Blog do Planalto 

Foto: Agência Brasil

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