Comissão de Anistia julga processos de mulheres perseguidas pela ditadura

A Comissão de Anistia realiza nesta sexta-feira uma sessão especial de julgamento para analisar os processos de reparação de sete mulheres que foram perseguidas durante a ditadura militar.  A 55ª Caravana da Anistia vai julgar os casos de Maria Niedja de Oliveira, Maria Nadja Leite de Oliveira, Maria Angélica Santos Bacellar, Gilda Fioravanti da Silva, Ida Schrage, Hilda Alencar Gil e Darci Toshiko Miyaki.

“O processo de reparação é de construção da verdade ao longo do tempo. E, ao mesmo tempo, um processo de ampla visibilidade das vítimas. Aquelas vozes que foram caladas no passado agora têm a oportunidade de, por meio de um processo de escuta pública, fazer a narrativa da história sob seu ponto de vista, em contraposição àquilo que foi registrado de forma oficial pelos organismos de repressão”, explicou Paulo Abrão, presidente da comissão.

A escolha dos sete processos que serão analisados nesta sexta-feira foi uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

A Comissão de Anistia existe desde 2001 e já recebeu mais de 70 mil solicitações de reparação — 60 mil delas já foram apreciadas. “Um terço dos casos analisados foi indeferido por ausência de comprovação. Em outro terço, a reparação foi deferida apenas em âmbito moral, com pedido de desculpas do Estado, mas sem qualquer tipo de reparação econômica. Em cerca de 20 mil casos, além da reparação moral foi determinada a reparação econômica”, informou Abrão. A média das indenizações é R$ 2,2 mil mensais.

Com informações da Agência Brasil

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