Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil quer PLC 122 aprovada

Em nota, representantes condenam preconceito e homofobia e pedem lei para penalizar agressões

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil quer PLC 122 aprovada

Documento lembra que violência é contrária
ao Evangelho”

A fé não pode ser usada para incitar a violência; é o que diz a igreja. Em uma nota divulgada na manhã desta terça-feira (17), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) pediu a aprovação do projeto que combate a homofobia e outras formas de preconceito, popularizado como PLC 122. “Urge uma Lei que contribua para minimizar as consequências do preconceito homofóbico e transfóbico. A aprovação do PLC 122/06 pode significar um passo concreto nesta direção”, diz o texto.

A discriminação e a violência, conclui o Conic, são contrárias ao que professa a lei cristã. “A violência é contrária ao Evangelho, portanto, todo o discurso, inclusive religioso, que legitima ou justifica estas formas de violência está em contradição com a Boa Nova. O que Deus exige de nós, cristãos e cristãs diante destes dados de violência? É a pergunta sobre a qual queremos refletir”, afirma.

A nota do Conselho foi emitida em função dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher. “Como Igrejas não podemos nos calar! Segundo um estudo realizado entre 2001 e 2010, foram assassinadas 40 mil mulheres em nosso País”, destaca a nota. “A violência contra mulheres e LGBTs  é uma realidade que expõe uma face nada simpática de nosso país, conhecido como a terra da tolerância. É necessário falar abertamente sobre nossas limitações em conviver com o diferente”, conclui.

Confira a íntegra da nota:

“O QUE DEUS EXIGE DE NÓS? (Mq 6.6-8)

Desde o dia 25 de novembro se realizam os 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Organizações de mulheres, de direitos humanos, universidades e comunidades religiosas promovem debates, reflexões e outros tipos de ações com o objetivo de chamar atenção para os diferentes tipos de violência contra mulheres.

Como Igrejas não podemos nos calar! Segundo um estudo realizado entre 2001 e 2010, foram assassinadas 40 mil mulheres em nosso país. No ano de 2010, a média de assassinatos foi de 4,5 para cada 100 mil mulheres. Para o ano de 2013, a projeção é que 4.717 mulheres serão assassinadas. Mais do que números, estes índices revelam uma violência fundamentada em uma cultura que há muito naturalizou a violência contra a mulher.

Enquanto Igrejas, cabe-nos refletir sobre nossa tarefa diante desta realidade. A pergunta do profeta Miqueias “O que Deus exige de nós?” nos provoca a identificarmos as ações concretas com vistas a contribuirmos para a transformação das relações humanas violentas.

No contexto dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher, vale igualmente chamar a atenção para outra violência de gênero, que são as agressões sofridas pela população LGBT. Dados revelam que apenas no ano de 2012 foram cometidos 338 assassinatos por motivação homofóbica ou transfóbica.

A violência contra mulheres e LGBTs  é uma realidade que expõe uma face nada simpática de nosso país, conhecido como a terra da tolerância. É necessário falar abertamente sobre nossas limitações em conviver com o diferente.

A Lei Maria da Penha é uma forma concreta de minimizar os impactos da violência contra a mulher. Agora, urge uma Lei que contribua para minimizar as consequências do preconceito homofóbico e transfóbico. A aprovação do PLC 122/06 pode significar um passo concreto nesta direção.

A violência é contrária ao Evangelho, portanto, todo o discurso, inclusive religioso, que legitima ou justifica estas formas de violência está em contradição com a Boa Nova. O que Deus exige de nós, cristãos e cristãs diante destes dados de violência? É a pergunta sobre a qual queremos refletir nestes 16 Dias de Ativismo.

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil

Catharine Rocha

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