CPI do Cachoeira marca nove depoimentos para a próxima semana

Na terça-feira, serão ouvidas pessoas ligadas ao governador Marconi Perillo e de envolvidos na venda da casa onde Cachoeira foi preso em fevereiro.

Se depender da agenda da Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos – o Carlinhos Cachoeira, haverá muito movimento no Senado na próxima semana. Depois de vários dias de pouca atividade, com praticamente todas as atenções voltadas para a Rio+20, a CPMI retoma os depoimentos. Nada menos que nove estão marcados para o período entre terça e quinta-feira.

Na terça-feira, (26/06), às 10h15 serão ouvidas pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e, de alguma forma, envolvidos na venda da casa onde o contraventor foi preso em fevereiro deste ano. O imóvel, num condomínio de luxo em Goiânia, pertenceu ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

São eles o ex-assessor de Perillo, Lúcio Fiúza Gouthier, que teria presenciado o pagamento do imóvel; Écio Antônio Ribeiro, um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, em nome da qual a casa foi registrada num cartório em Trindade (GO); e Alexandre Milhomen, arquiteto que trabalhou na reforma da residência.

Na quarta-feira (27/06), também às 10h15, serão ouvidas outras três pessoas ligadas ao governador de Goiás ou que alegam ter tido relação com ele:

– Jayme Eduardo Rincón: ex-tesoureiro da campanha de Perillo ao governo do estado em 2010, é presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop) e foi citado em ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal. Segundo as investigações, foram depositados R$ 600 mil pelo grupo de Cachoeira na conta da empresa Rental Frota Ltda., que tem Jayme como um dos sócios, com 33% de participação. A Rental já confirmou o pagamento, mas diz que se refere à venda de 28 veículos usados. Da primeira vez que foi convocado, em 30 de maio, Jayme alegou problemas de saúde para não comparecer.

– Eliane Gonçalves Pinheiro: ex-chefe de gabinete de Marconi Perillo, é acusada de repassar informações sobre operações policiais. Segundo a PF, ela avisou Geraldo Messias, prefeito de Águas Lindas (GO), que agentes fariam uma operação de busca na casa dele numa operação de combate a fraudes contra a Receita Federal em Goiás. Logo que as denúncias vieram à tona, ela pediu exoneração. Da primeira vez que foi convocada, Eliane conseguiu habeas corpus para ter o direito de permanecer em silêncio e também alegou problemas de saúde para não comparecer.

– Luiz Carlos Bordoni: o radialista afirmou, em entrevista à imprensa, ter recebido dinheiro da Alberto & Pantoja Construções para prestar serviço à campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás em 2010. Segundo a Polícia Federal, a Alberto & Pantoja é uma empresa de fachada de Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro da empreiteira Delta. Parte do pagamento, no valor de R$ 45 mil, foi feito em um depósito na conta da filha do radialista, Bruna Bordoni, que já trabalhou no gabinete do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Também à imprensa, o radialista afirmou que outra parte do pagamento foi feito diretamente por Perillo, que negou o fato por meio de nota oficial, informando que “jamais fez pagamentos a quem quer que seja” e que sempre recebeu jornalistas em seu escritório, incluindo Bordoni, mas para conversas sobre temas políticos da época. Agora, Bordoni está sendo processado por Perillo.

Na quinta-feira (28/06), às 10h15, a CPI colhe depoimentos para buscar esclarecer fatos relacionados ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Serão ouvidos:

– Cláudio Monteiro: ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal,  foi citado em escutas telefônicas como possível facilitador do esquema de Cachoeira no governo do DF. À CPI, Agnelo afirmou não ter conhecimento sobre qualquer proximidade de Monteiro com Cachoeira e defendeu seu ex-subordinado.

– Marcello de Oliveira Lopes: Também conhecido como Marcelão, é ex-assessor da Casa Militar do DF. Segundo a Polícia, estava envolvido na tentativa de conseguir a nomeação de um aliado de Cachoeira no Serviço de Limpeza Urbana (SLU) da capital. Segundo Agnelo relatou à CPI, logo depois que se tornaram públicas as denúncias, Marcelão foi afastado.

– João Carlos Feitoza: ex-subsecretário de Esportes do Distrito Federal, também conhecido como Zunga, é suspeito de receber dinheiro do grupo de Cachoeira e também de ser uma espécie de contato entre o governador Agnelo e o contraventor.

Giselle Chassot, com informações da Agência Senado

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