Cresce a participação do Centro-Oeste e Nordeste no PIB

Cresce a participação do Centro-Oeste e Nordeste no PIB

O Nordeste e o Centro-Oeste aumentaram suas participações no PIB brasileiro entre 2008 e 2009, segundo a publicação Contas Regionais 225/2009, divulgada pelo IBGE. Apesar desse movimento, a economia brasileira ainda é bastante concentrada. São Paulo detém 333,5% do PIB nacional.

De 2008 para 2009, as regiões Nordeste e Centro-Oeste aumentaram suas participações no PIB brasileiro (0,4 ponto percentual cada uma), enquanto a participação do Sudeste continuou caindo (-0,7 ponto percentual) e a das regiões Norte e Sul tiveram ligeira queda (-0,1 ponto percentual cada uma). É o que revelam os dados das Contas Regionais, sistematizadas pelo IBGE em parceria com órgãos estaduais de Estatística, secretarias estaduais de Governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.

Apesar do crescimento da participação do Nordeste e Centro Oeste, a economia brasileira ainda é bastante concentrada: oito estados detinham 78,1% do PIB nacional em 2009, sendo que a maior participação continua sendo de São Paulo (33,5%, equivalente a mais de R$ 1 trilhão). Nesse ranking, Santa Catarina, apesar de ter perdido apenas 0,1 ponto percentual, caiu da sexta para a oitava posição, sendo ultrapassado por Bahia e Distrito Federal.

Entre 2008 e 2009, Rondônia foi o estado brasileiro que teve o maior crescimento em volume (7,3%) do PIB, embora tenha mantido uma participação relativamente baixa (0,6%) no PIB nacional. Nesse intervalo, o Espírito Santo registrou a maior queda (-6,7%).

Em 2009, o menor PIB per capita brasileiro foi o do Piauí (R$ 6.051,10), bem abaixo da média nacional (R$ 16.917,66), ao passo que o maior foi o do Distrito Federal (R$ 50.438,46).

Participação no PIB do Centro-Oeste, Nordeste e Norte sobe para 28,1% em 2009
As regiões que registraram avanço na participação no PIB entre 2002 e 2009 foram o Centro-Oeste (0,8%), Nordeste (0,5%) e Norte (0,3%). As três regiões totalizavam 26,4% do PIB em 2002 e passaram a representar 28,1% do total em 2009:

 

As regiões Nordeste e Centro-Oeste foram as que mais avançaram suas posições relativas entre 2008 e 2009, com 0,4 ponto percentual cada uma, chegando a 13,5% e 9,6% de participação no PIB, respectivamente.

Os maiores estados do Nordeste, Pernambuco e Bahia, puxaram o avanço de 0,4 ponto percentual de participação da região entre 2008 e 2009. Em relação a 2002, o crescimento foi de 0,5 ponto percentual. Este movimento foi acompanhado pela maioria dos estados da região, com destaque para o Maranhão, que avançou 0,2 ponto percentual de participação no período.

Entre 2008 e 2009, os melhores resultados no Centro-Oeste foram os de Goiás e Distrito Federal, que avançaram 0,2 ponto percentual cada um. No caso de Goiás, as atividades que contribuíram foram a indústria e a agropecuária. No caso do Distrito Federal foi a atividade de administração, saúde e educação públicas e seguridade social. A região avançou sua participação cerca de 0,8 ponto percentual desde 2002. Todos os estados tiveram aumento de participação nesse período: Mato Grosso (0,4 ponto percentual); Distrito Federal (0,3 p.p.); Mato Grosso do Sul (0,1 p.p.) e Goiás (0,1 p.p.).

A região Sudeste perdeu 0,7 ponto percentual de participação em relação a 2008. Apenas o estado de São Paulo ganhou participação no PIB em relação a 2008 (0,4 p.p.); Minas Gerais (-0,5 p.p), Espírito Santo (-0,1 p.p.) e Rio de Janeiro (-0,4 p.p.) perderam participação. Parte do avanço da economia de São Paulo foi creditada à diversificação da sua economia, que ganhou participação relativa em função da perda de participação dos estados muito especializados da região. Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo são grandes produtores de commodities, que em 2009 tiveram queda nos preços em razão da crise internacional (petróleo e gás natural exercem influência no Rio de Janeiro e Espírito Santo, enquanto minério de ferro influencia Espírito Santo e Minas Gerais).

Na região Sul, o Paraná manteve a participação relativa, o Rio Grande do Sul avançou 0,1% e Santa Catarina, que além da crise mundial, também se ressentia da tragédia das chuvas no final de 2008, perdeu 0,1% de participação entre 2008 e 2009.

Na região Norte houve pequena perda de participação, de 0,1%, entre 2008 e 2009, influenciada pelo desempenho do Pará, maior estado da região, que perdeu 0,1 p.p de participação, muito em razão da especialização na extração de minério de ferro. Os demais estados da região, mesmo o Amazonas, muito dependente da indústria de transformação, mantiveram-se praticamente estáveis em suas posições relativas. Contribuíram para isso a baixa dependência do consumo externo e o peso do setor público, que não foi afetado pela crise mundial.

Oito estados concentravam 78,1% da participação do PIB
Apesar dos bons desempenhos fora do eixo Sul-Sudeste, a economia brasileira ainda é bastante concentrada. Em 2009, oito estados representavam 78,1% do PIB do Brasil: São Paulo (com participação de 33,5% do PIB), Rio de Janeiro (10,9%), Minas Gerais (8,9%), Rio Grande do Sul (6,7%), Paraná (5,9%), Bahia (4,2%), Distrito Federal (4,1%) e Santa Catarina (4,0%). Esse grupo perdeu 0,1 ponto percentual de participação em relação a 2008 e 1,6 ponto percentual desde 2002. O avanço da fronteira agrícola, os incentivos regionais, a maior mobilidade das plantas industriais, além do avanço de novas classes consumidoras, são alguns dos fatores que influenciaram no avanço de participação dos demais estados ao longo dos sete anos observados na série 2002-2009.

Dentre o grupo dos oito maiores, os maiores ganhos de participação na série entre 2002 e 2009 vieram do Distrito Federal (0,3 ponto percentual), Santa Catarina (0,2 p.p.), Minas Gerais (0,2 p.p.) e Bahia (0,1 p.p.). Perderam participação São Paulo (-1,2 p.p.), Rio de Janeiro (-0,7 p.p.), Rio Grande do Sul (-0,5 p.p.) e Paraná (-0,1).

No grupo dos 19 estados que participavam com os 21,9% restantes do PIB brasileiro em 2009, os destaques foram Mato Grosso (ganho de 0,4 ponto percentual desde 2002), Espírito Santo (0,3 p.p.) e Maranhão (0,2 p.p.). Ainda nesse grupo, 10 estados tiveram em 2009 a melhor participação na série, mostrando que não foram afetados diretamente pela crise mundial: Goiás (2,6%), Pernambuco (2,4%), Ceará (2,0%), Paraíba (0,9%), Rondônia (0,6%), Piauí (0,6%), Tocantins (0,4%), Amapá (0,2%), Acre (0,2%) e Roraima (0,2%).

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Em 2009, Rondônia cresceu 7,3% e teve o melhor desempenho entre os estados
Em 2009, nove estados, que representavam 65,7% do PIB brasileiro, tiveram uma variação média, em volume, de -1,5% ficando abaixo do variação nacional, -0,3%. Os 18 estados restantes, com representação relativa de 34,3% do PIB nacional, ficaram acima do resultado do país, com crescimento médio de 2,0%.

As regiões Centro-Oeste e Nordeste foram as que tiveram os melhores desempenhos em termos reais, 2,5% e 1,0% respectivamente. Todos os estados da região Centro-Oeste cresceram em volume. No Nordeste, apenas dois estados registraram queda, Maranhão (-1,7%) e Bahia (-0,6%), influenciados pelo baixo desempenho da agropecuária e da indústria, respectivamente.

As regiões Sudeste e Sul tiveram quedas maiores que a média nacional: -1,0% e -0,6%, respectivamente. Os resultados foram influenciados pela indústria de transformação e também pelo baixo desempenho da agropecuária na maioria dos estados das duas regiões. O destaque no Sudeste foi o Rio de Janeiro, que cresceu 2,0% influenciado pela indústria extrativa e administração, saúde e educação públicas e seguridade social, apesar da queda do preço internacional do petróleo que acabou influenciando na participação do estado no PIB nacional.

O desempenho da região Norte foi no mesmo patamar da média brasileira, -0,3%, influenciado pelos dois principais estados da região, Amazonas (indústria de transformação) e Pará (extração de e beneficiamento de minério de ferro), já que os outros estados cresceram acima da média.

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Rondônia foi o estado que mais se destacou em 2009, apresentando uma variação em volume de 7,3%, embora com participação relativamente baixa no PIB nacional, 0,6%. O Piauí seguiu a mesma tendência, apresentando variação em volume de 6,2%.

Os estados que tiveram os piores desempenhos em 2009 foram aqueles em que as atividades ligadas ao minério de ferro (indústria extrativa) são importantes na economia. Espírito Santo (-6,7%), Minas Gerais (-4,0%) e Pará (-3,2%) lideraram o ranking com as maiores quedas em volume.

Tocantins liderou crescimento acumulado: 52,6% em sete anos
No resultado acumulado, de 2002 até 2009, a economia brasileira cresceu 27,5% em termos reais e, em média, 3,5% ao ano. Individualmente, o melhor resultado foi do Tocantins (52,6%, média anual de 6,2%), seguido do Mato Grosso (acumulado de 50,4%), Amapá (47,4%), Piauí (46,4%) e Acre (45,7%). Os menores crescimentos foram dos estados do Rio Grande do Sul (16,5%) e do Rio de Janeiro (20,2%). Também ficaram com o desempenho abaixo da média os estados de Alagoas (25,7%), Rio Grande do Norte (24,6%), Minas Gerais (23,7%), Santa Catarina (23,5%) e Paraná (22,9%). São Paulo, maior economia do país com participação 33,5% em 2009, cresceu um pouco acima da média brasileira, 28,4% em termos de volume, o que proporcionou um crescimento médio anual de 3,6% nestes sete anos.

Distrito Federal tem o maior PIB per capita brasileiro em 2009: R$ 50.438,46

Em 2009, oito estados brasileiros tiveram o PIB per capita acima da média brasileira, que foi de R$ 16.917,66: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraná. O Distrito Federal com o maior PIB per capita brasileiro, R$ 50.438,469, representou quase três vezes a média brasileira e quase o dobro de São Paulo, R$ 26.202,22, segundo maior.

O menor PIB per capita brasileiro foi o do Piauí, R$ 6.051,10, o equivalente a 36% do valor do PIB per capita brasileiro em 2009. O Maranhão teve o segundo menor PIB per capita (R$ 6.259,43):

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A maioria dos estados com PIBs per capita menores, melhoraram relativamente suas distâncias em relação a média brasileira desde 2002. Neste período, os destaques foram Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins, Acre, Maranhão e Piauí:

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Fonte: IBGE

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