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Dados sobre terceirização acendem o sinal do vermelho

Levantamento mostra que pelo menos metade das empresas brasileiras que contratam terceirizadas não monitoram práticas como uso de trabalho análogo ao escravo pelas subcontratantes
Dados sobre terceirização acendem o sinal do vermelho

Foto: Divulgação

Realizado pela renomada consultoria Thomson Reuters, o levantamento “Risco de Terceiros” mostra os riscos da aprovação do projeto de “modernização das leis trabalhistas” defendido pelo governo de Michel Temer (PMDB). Segundo os dados apurados, pelo menos metade das empresas brasileiras que contratam terceirizadas não monitoram as práticas como corrupção e uso de trabalho análogo ao escravo pelas subcontratantes. O número é maior do que o atestado em empresas de outras partes do mundo.

Para o líder da Oposição, Humberto Costa (PT), o levantamento confirma a tese dos críticos da Reforma Trabalhista e da terceirização irrestrita sobre o aumento da precarização das relações do trabalho. “Temos um governo moribundo que não pensa em outra coisa a não ser em tirar direito dos trabalhadores. O que está em jogo é algo muito sério. É a garantia de um trabalho digno para os brasileiros. Do jeito que estamos indo vão acabar revogando a Lei Áurea”, ironizou o senador.

O levantamento também revela que apenas 55% das empresas fazem due dilligence (análise de risco) das terceirizadas, enquanto a média mundial é de 62%. Além disso, 66% delas confirmam não ter conhecimento se as suas subcontratantes também estão recorrendo a outras companhias, a chamada quarteirização.

De acordo com Humberto, os dados acendem o sinal vermelho sobre a lei da terceirização, sancionada em marco, e geram ainda mais pressão contra o projeto de Reforma Trabalhista, que está sendo apreciado no Senado. “O que me preocupa é como vão ficar os brasileiros, jogados de uma empresa para outra. Cada uma delas, tirando lucro e explorando ainda mais a força de trabalho. Para completar, essa Reforma Trabalhista vai ser a pá de cal. Acabando de uma vez por todas com um século de luta dos trabalhadores por direitos”, disse.

Segundo o senador, é fundamental a mobilização dos trabalhadores contra essas medidas. “Estamos na reta final do projeto de Reforma Trabalhista no Senado. É fundamental que os trabalhadores reforcem a ação contra essa proposta para que os brasileiros possam manter o mínimo de garantias no serviço”, disse.

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