Direito a moradia

Contra pobres, Temer desmonta Minha Casa Minha Vida

Temer quer que Minha Casa, Minha Vida passe a financiar imóveis para quem não precisa de ajuda
Contra pobres, Temer desmonta Minha Casa Minha Vida

Foto: Divulgação

Está cada dia mais difícil para os patrocinadores do golpe parlamentar disfarçarem seus motivos para afastar a presidenta Dilma. Não se tratava de controlar as contas públicas ou de combater a corrupção—como atestam a farra fiscal promovida por Temer e o calibre das acusações que pesam sobre os integrantes dos mais altos escalões do governo. “Este é um governo contra os pobres que passaram cinco séculos tratados como problema e só nos governos do PT foram vistos como solução”, resume o Líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE).

As promessas feitas pelos golpistas estão francamente desmascaradas. “Diziam que bastava afastar Dilma para a economia melhorar”, lembra Humberto. O resultado é o oposto: o desemprego só faz crescer e a queda da atividade econômica é cada dia mais evidente. No tempo de Lula e Dilma, as políticas sociais eram uma válvula de escape para que a população pudesse enfrentar situações como o desemprego, a redução da atividade econômica, a dificuldade de empreender. Mas essas políticas estão sendo agora completamente desmontadas.

[blockquote align=”none” author=”Humberto Costa”]Diziam que bastava afastar Dilma, mas desde o golpe a economia só faz piorar[/blockquote]

Um exemplo é o que está acontecendo com o Minha Casa, Minha Vida, que está ameaçado pelo governo Temer. “Um programa elogiado internacionalmente por assegurar moradia barata para quem mais precisa e, ao mesmo tempo, impactar tão positivamente a economia, gerando ocupação e renda”, protesta a Líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR).

Ocupa Paulista
Desde a noite de quarta-feira (15), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupa a Avenida Paulista, em São Paulo, para cobrar que o governo volte a investir na produção de moradias de baixo custo para os mais pobres e em defesa do Minha Casa, Minha Vida. Gleisi e Humberto manifestaram apoio a essa mobilização, chamada de “Ocupa Paulista” em pronunciamentos ao plenário da Casa, nesta quinta-feira (16).

O MTST é uma organização que reúne 50 mil famílias em todo o Brasil. “Gente que trabalha, que ganha pouco e que precisa do apoio do governo para ter seu canto, para ter seu teto, para ter seu lar”. O movimento ocupa terrenos, principalmente na periferia das cidades. Terrenos que sem uso, guardados para a especulação financeira, quando poderiam ser usados para construir casas para as pessoas—só no estado de São Paulo, o déficit habitacional é de 1,8 milhão de moradias.

As reivindicações do MTST são bem claras: que seja garantida a construção das moradias que já estavam contratadas no Minha Casa, Minha Vida. “Já tem o terreno, já tem projeto, já tem alvará, já tem tudo, iriam iniciar a construção quando tiraram a presidenta Dilma”, narrou Gleisi. Temer cancelou as construções para “reavaliar o programa”.

Sucesso
O Minha Casa Minha Vida foi lançado em 2009 e em sete anos de existência entregou 2,760 milhões de moradias. Outras 800 mil estavam contratadas e agora correm o risco de não sair do papel. É o destino que Temer está dando ao programa de maior sucesso da habitação brasileira. O antigo Banco Nacional de Habitação é o que mais se aproxima do programa de Lula e Dilma em números: 4,5 milhões de casas entregues em 22 de funcionamento.

“E agora o que o Temer faz? Anuncia outro Minha Casa Minha Vida, mas para quem ganha até R$ 9 mil por mês”, denunciou a senadora. “Essa gente do Governo está louca? Em que País eles estão vivendo?” Para Gleisi, o MTST precisa mesmo ficar na Avenida Paulista, símbolo do capital financeiro e da elite. “Tem que mostrar para aquela gente rica, que não depende de salário mínimo, que não precisa de subsídio para financiar casa e que que aplica no mercado financeiro que há pobres neste País”.

Diante de 13 milhões de desempregados e do encolhimento da economia que pode ter chegado a 4,3% em 2016 — fruto da sabotagem empreendida pelos hoje aliados de Temer para desestabilizar Dilma — a única coisa que ocorre ao atual governo é prejudicar os mais pobres. Mas a população, diz Humberto, percebe claramente a diferença entre os 13 anos de governos petistas e o que tem agora. Não é à toa que a verdadeira caçada difamatória contra Lula não faz efeito, tanto é que o ex-presidente aparece sempre em primeiro lugar nas pesquisas de opinião sobre as eleições de 2018.

Enquanto isso, apenas 10% dos brasileiros aprovam o governo Temer. “Nós vamos enfrentar esse governo e as forças que lhe dão sustentação. Não por desforra, mas porque essa é a saída para essa crise”, resume Humberto Costa.

Reprodução autorizada mediante citação do site PT no Senado

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