Dilma anuncia aumento da adição do biodiesel ao diesel

 

Aumento da adição, que é obrigatório, é garantido pela produção dos  pequenos agricutores rurais, em resposta ao programa lançado em 2004

Dilma anuncia aumento da adição do biodiesel ao diesel

Montadoras participaram do processo
de mudança
 na mistura 

A presidenta Dilma Rousseff anunciou nesta manhã, em solenidade no Palácio do Planalto, que a partir de 1º de julho a adição obrigatória de biodiesel ao diesel subirá dos atuais 5% para 6%. Esse percentual subirá para 7% a partir de 1º de novembro. Na cerimônia transmitida ao vivo pela NBR e pelas redes sociais, a presidenta creditou à agricultura familiar o papel significativo na cadeia produtiva de biodiesel. “Hoje somos o quarto lugar em produção mundial de biodiesel e os maiores em produção de soja e um dos objetivos era incluir a agricultura familiar na cadeia do biodiesel. A agricultura familiar teve papel significativo nesse processo”, escreveu a presidenta no twitter.

O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) foi lançado em 2004 para incluir o produto na matriz energética brasileira. Com isso, numa ação transversal entre diversos ministérios, a agricultura familiar e agroindústrias iniciaram o processamento de mamona, palma, pinhão manso, sebo e outras matérias-primas que podem ser transformadas em biodiesel. O primeiro passo dentre diversas ações foi lançar o programa B5, ou seja, estipular a adição de 5% de biodiesel ao óleo diesel comercializado nos postos de combustíveis.

Essa mudança envolveu até mesmo as montadoras de veículos que tiveram alterar a calibragem dos motores. “A coisa mais grave que sempre nos perseguia é que se há uma falha compromete o programa, porque a energia tem relação com a oferta e a credibilidade. Nós não podemos desconhecer que, a cada vez que a gente introduz combustível na matriz, temos de avaliar o efeito sobre preços, sobre a inflação”, disse a presidenta.

Ela afirmou que a elevação do percentual do biodiesel ao diesel será estratégico para o Brasil e ainda garantirá uma redução de emissões de CO2 equivalente a 23 milhões de toneladas até 2020.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), desde 1º de janeiro de 2010 todo o óleo diesel comercializado no Brasil contém 5% de biodiesel. A contínua elevação do percentual de adição demonstra o sucesso do PBPB.

O Brasil, em 2010, a produção anual foi de 2,4 bilhões de litros e a capacidade instalada chegou a 5,8 bilhões de litros, a partir de óleos vegetais ou de gorduras animais. No País, diversas plantas podem ser cultivadas para a produção do biodiesel, entre elas, a soja, dendê, girassol, amendoim, mamona e pinhão-manso.

O biodiesel foi introduzido na matriz energética brasileira com a Lei nº 11.097 de 13 de janeiro de 2005. A partir da publicação da lei, a ANP passou a atribuir a  regulação e a fiscalização das atividades, apresentando as especificações necessárias para a utilização do biodiesel.

Marcello Antunes

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