Dilma garante que MP dos Portos não prejudicará trabalhadores

 

“Nós queremos que a taxa de investimento
seja 25%, mas porque queremos uma renda
per capita muito mais significativa que a atual”

A presidenta Dilma Rousseff defendeu, nesta quarta-feira (27/02), a abertura dos portos para investimentos privados e destacou que a Medida Provisória 595/12, que tramita no Congresso Nacional, estabelecerá as novas regras para o setor portuário e não retirará nenhum direito dos portuários. “O Brasil tem que abrir os portos. Nós temos um imenso e desnecessário custo em portos. Abrir os portos não significa tirar um milímetro de direito do trabalhador portuário. Pelo contrário, nós mantivemos intacta a forma pela qual esses direitos foram garantidos. Mas implica, necessariamente, em abrir à concorrência, porque um dos nossos custos, chamado Custo Brasil, lá fora, são os portos”, argumentou a presidenta, ao participar da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto.

Em seu discurso, a presidenta disse ainda que as ferrovias também deverão ser beneficiadas com as parcerias público-privadas. “Fizemos um imenso esforço na área de infraestrutura e queremos que esse esforço tenha resultado. Estamos fazendo uma apresentação internacional em alguns grandes centros e acreditamos que o Brasil precisa de um modelo de rodovias simples. Também precisamos de ferrovias e hidrovias. É impossível continuar transportando minério, grãos só por estradas. O modelo de ferrovias vai ser objeto agora de avaliação dos investimentos privados nacionais e internacionais. Queremos que essa seja uma solução bem sucedida”, disse Dilma.

A reunião marca os dez anos de criação do conselho que, para Dilma, tem como característica importante o fato de ser plural, mostrando diferentes opiniões e posições. Dilma destacou a importância do investimento para garantir o desenvolvimento. “Eu acho que nós queremos chegar a ser uma nação desenvolvida. Nós queremos ser um país de classe média. E para sermos um país de classe média, nós temos uma trajetória a cumprir. Nós queremos que a taxa de investimento seja 25%, mas porque queremos uma renda per capita muito mais significativa que a atual. Nós queremos esse país com uma característica única”, afirmou Dilma.
 

Veja os principais pontos abordados pela presidenta Dilma:

Garantia de fornecimento de energia
Dilma Rousseff também reiterou que o Brasil não corre risco de enfrentar racionamento de energia. A presidenta disse que quem colocou “expectativa negativa gratuita no País” está agora calado, lembrando que, em 2013, serão agregados mais 10 mil megawatts (MW) de energia ao sistema elétrico brasileiro, e que o Brasil conta ainda com os 14 mil MW das termelétricas.

“Não é admissível que se diga que vai ter racionamento, quando não vai haver racionamento. Eu acho que essa irresponsabilidade afeta a vida das pessoas, das empresas”, disse a presidenta, que ainda defendeu o aproveitamento do potencial hidrelétrico. “Todos defendemos que não se pode construir reservatórios imensos, mas para não construirmos reservatórios imensos temos de construir térmicas”, disse.

Combate à extrema pobreza e educação
A presidenta destacou, em seu discurso, a importância do modelo de desenvolvimento instituído pelo governo petista, com distribuição de renda e inclusão social. Para Dilma, é necessário acabar com a pobreza extrema de forma imediata, e, depois, oferecer qualificação para adultos e educação de qualidade para crianças. Ela lembrou que uma forte estrutura educacional, com creche, alfabetização na idade certa e escola em tempo integral, é essencial para que os jovens pobres tenham igualdade de oportunidades.

Ainda sobre educação, Dilma lembrou o envio para o Congresso da proposta que direciona os recursos advindos dos royalties para a educação. Para ela, não basta investir em prédio. É preciso remunerar os professores para que a posição se torne de alto status no Brasil. A presidenta também defendeu uma política unificada de ciência e tecnologia, dando racionalidade, foco e direção para os investimentos, vindos do governo e do apoio da iniciativa privada.

“Somos um país que nós somos obrigados a olhar para duas coisas simultaneamente. O que há de mais terrível e atrasado numa sociedade, que é a miséria. E o que há de mais avançado, que é a ciência, a tecnologia e a inovação. Temos de ter um grande compromisso com os pobres nesse país”, completa.

Com informações da Agência Brasil e Blog do Planalto

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