Estudo da PUC-Rio atribui ao Bolsa Família queda da violência em SP

O levantamento da universidade fluminense é sobre a penetração do programa na cidade de São Paulo. Graças à expansão do Bolsa Família a partir de 2008, a criminalidade nas regiões atendidas ficou 21% menor.

A boa notícia foi trazido pelo jornal O Globo deste domingo (17/06): com  redução da desigualdade social menor, regiões da cidade de São Paulo que são atendidas pelo Bolsa Família apresentaram queda na ocorrência de crimes. A revelação é dos pesquisadores João Manoel Pinho de Mello, Laura Chioda e Rodrigo Soares, e consta de estudo por eles preparado para o Banco Mundial. A data do início da mudança é 2008. A partir deste ano, o Bolsa Família, que só  atendia a famílias com adolescentes até 15 anos, passou a incluir famílias com jovens de 16 e 17 anos – e foi justamente nas áreas com maior número de beneficiários desta faixa etária que a violência caiu.

O estudo comparou os registros de ocorrência de vários crimes – roubos, assaltos, atos de vandalismo, crimes violentos (lesão corporal dolosa, estupro e homicídio), crimes ligados a drogas e contra menores -, em áreas que abrangem 900 900 escolas públicas em funcionamento.

– Comparamos os índices de criminalidade antes e depois de 2008 nas áreas de escolas com ensino médio com maior e menor proporção de alunos beneficiários de 16 e 17 anos. Nas áreas das escolas com mais beneficiários de 16 e 17 anos, e que, logo, foi onde houve maior expansão do programa em 2008, houve queda maior. Pelos cálculos que fizemos, essa expansão do programa foi responsável por 21% do total da queda da criminalidade nesse período na cidade, que, segundo as estatísticas da polícia de São Paulo, foi de 63% para taxas de homicídio – explica João Manoel Pinho de Mello, um dos autores do estudo.

O motivo principal, dizem os autores, foi a queda da desigualdade causada pelo aumento da renda das famílias beneficiadas.- Há muitas explicações de estudos que ligam queda da desigualdade à queda da violência: uma, mais sociológica, é que diminui a insatisfação social; outra, econômica, é que o ganho relativo com ações ilegais diminui – completa Rodrigo Soares. – Outra razão é que muda a interação social dos jovens ao terem de frequentar a escola e conviver mais com gente que estuda.

(Com informações do O Globo de 17/06/2012)

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