Gleisi afirma que aumento do déficit para R$ 170 bi visa pagar conta do golpe

Gleisi afirma que aumento do déficit para R$ 170 bi visa pagar conta do golpe

Gleisi: alteração da meta fiscal é um cheque em branco, com limite especial, para o governo provisório de Michel A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em sua coluna de segunda-feira (23) do site Esmael Morais, denuncia que o governo provisório de Michel Temer (PMDB), em apenas um dia, ou seja, em tempo recorde, tentará mudar a meta fiscal para até R$ 170,5 bilhões.

Segundo ela, o objetivo é pagar promessas políticas a parlamentares em função da aprovação do golpe de Estado na Câmara e no Senado. Gleisi lembra que esse debate foi bloqueado nos primeiros meses de 2016, na Câmara dos Deputados, impossibilitando o pagamento de políticas públicas importantes ao País. Agora, o golpista Temer quer aumentar o déficit para pagar a conta do impeachment.

Veja, abaixo, a íntegra do texto:

 

A conta do impeachment chegou!

A alteração da meta fiscal para déficit de até R$ 170,5 bilhões no Orçamento da União para 2016, independente da retórica política que se adote, é um cheque em branco, com limite especial, para o governo provisório de Michel Temer atuar com liberdade orçamentária e financeira nos próximos meses, promovendo um aumento substancial nas despesas públicas, sem nenhuma medida compensatória.

Além disso, também está sendo usada como uma “nova era de realismo fiscal”, patrocinada por uma equipe econômica confiável ao mercado e com compromisso com a austeridade, pois diante de um rombo tão grande, deixado por Dilma, a quem querem responsabilizar por uma herança maldita, patrocinará mais à frente medidas duras de redução de despesas do governo, especialmente aquelas referentes a benefícios sociais e investimentos.

Em março a presidenta Dilma encaminhou proposta ao Congresso Nacional, por meio do PLN01/16, de forma transparente e realista, com base nos parâmetros macroeconômicos estimados à época, apresentando um déficit de R$ 96,7 bilhões no Orçamento, estabelecido com qualidade e rigor técnico das equipes que permanecem no comando das principais secretarias do Ministério da Fazenda e do Planejamento.

Apesar de urgente e necessário, esse debate foi bloqueado ao longo dos primeiros meses de 2016 na Câmara dos Deputados, que não permitiu, sequer, a instalação da Comissão Mista de Orçamento pelo Congresso Nacional, inviabilizando pagamentos para políticas públicas importantes para o país.

Agora o tema volta com urgência ímpar, com um déficit muito maior e com determinação para que seja aprovado até terça-feira pelo Congresso. Essa roupagem nova para uma estratégia já traçada, só evidencia o oportunismo político e fiscal da equipe econômica provisória.

Para afastar Dilma socorreram-se da responsabilidade fiscal, que teoricamente foi infringida por mudança de metas e créditos orçamentários. Mudaram o discurso ao assumirem o governo e foram além, liberando geral. Esse aumento do déficit tira a responsabilidade de o Congresso votar qualquer medida de equilíbrio que já está em tramitação e possibilita ao governo interino utilizar imediatamente recursos orçamentários para pagar, inclusive, e especialmente a conta gerada pelo impeachment.

Parlamentares que antes se posicionavam contra qualquer revisão da meta fiscal e de projetos importantes para o país, irão abrir mão dos debates e audiências públicas para aprovar a nova meta em tempo recorde e garantindo o pagamento das promessas políticas firmadas pelo presidente interino Michel Temer com os setores alinhados ao golpe. Haja manipulação!

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