Nesta sexta-feira, em Quedas do Iguaçu, no Paraná, será lançada campanha pela liberdade dos sete trabalhadores rurais do MST presos em Laranjeiras e Cascavel. “Nenhum deles tem antecedente criminal. São trabalhadores e trabalhadoras, lutadores pelo direito à terra”, denunciou a senadora Gleisi Hoffman, que visitou os presos nas duas cidades.
O dirigente estadual do MST, Diego Moreira, saudou a visita da senadora “como muita positiva por reforçar a luta dos trabalhadores pelo direito à terra e em defesa dos direitos humanos”. Para Gleisi, “foi uma prisão política, uma forte tentativa de criminalizar os movimentos sociais”. “Estamos na luta pela liberdade de Fabiana e dos outros seis companheiros”, reafirmou ela.
A jovem Fabiana Braga, de apenas 22 anos, presa em Laranjeiras do Sul, no centro-oeste do estado, desde novembro, foi a primeira a receber a solidariedade da líder da bancada do PT no Senado Federal. Em Cascavel, a senadora também visitou os presos Claudir Braga, Antonio Clovis Ferreira, Tiago Cleiton Ferreira, Valdemir Xalico de Camargo, Daniel Ferreira de Almeida e o vereador Claudelei Torrente de Lima, do município de Quedas do Iguaçu.
[blockquote align=”none” author=”Senadora Gleisi Hoffmann”]”Foi uma prisão política, uma forte tentativa de criminalizar os movimentos sociais”[/blockquote]
Um total de 18 trabalhadores, entre presos e indiciados, sofrem a acusação de formação de “organização criminosa”, que vem sendo utilizada contra os movimentos sociais. Fabiana Braga foi presa por haver participado de uma manifestação contra a empresa Araupel, organizada pelas mulheres da Via Campesina no último dia 8 de março. Ela é militante do MST acampada no Acampamento Dom Tomás Balduíno, em Rio Bonito do Iguaçu.
Segundo Moreira, as autoridades acusam o movimento por situações específicas ocorridas na região, onde a “máfia da madeira” age com desenvoltura e liberdade. Para ele, os grandes interesses econômicos aproveitam-se de ocorrências específicas e sobre elas “colocam o carimbo do movimento” para criminalizar o MST e seus dirigentes. O objetivo, de acordo com ele, é paralisar a luta dos trabalhadores rurais pelo acesso á terra.
Os conflitos na região tiveram início em 2016, com ação repressiva das Policiais Militares, agentes de grupos especiais da PM e seguranças privados da empresa Araupel aos trabalhadores. O massacre resultou em dois trabalhadores mortos com tiros pelas costas e outros sete feridos. Na época, segundo o MST, apenas os próprios atiradores tiveram acesso à cena do crime durante cerca de duas horas após o ocorrido.
Por conta disso, a entidade Terra de Direitos denunciou o massacre à Organização das Nações Unidas – ONU, pedindo a investigação do massacre ocorrido contra certa de 30 integrantes, no dia 7 de abril. O governo golpista, no entanto, insiste em criminalizar o movimento e seus principais dirigentes no Estado, com objetivo de paralisar a luta dos trabalhadores pelo acesso à terra.
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