Gleisi: resultado do PIB silencia oposição

“A economia brasileira está dando respostas consistentes e o crescimento está embasado nos investimentos e não no consumo”, afirma senadora.

 

Gleisi elencou todas as condicionantes que levaram
o Brasil ter esse resultado (Agência Senado)

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) protagonizou um bom debate com o líder da oposição, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), em torno do desempenho surpreendente da economia brasileira em 2013, já que o PIB atingiu 2,3% de crescimento ficando entre os três melhores desempenhos do mundo, à frente do crescimento verificado em países desenvolvidos como Estados Unidos, Alemanha, Japão e da Zona do Euro e muito acima do que os analistas e os pessimistas apostavam, de crescimento de no máximo 1,5%. “Não há que se falar em pibinho, em recessão técnica como queriam alguns. A economia brasileira está dando respostas consistentes e o crescimento está embasado nos investimentos e não no consumo”, afirmou a senadora.

Gleisi elencou todas as condicionantes que levaram o Brasil ter esse resultado, praticamente pegando de surpresa as análises feitas de que o desempenho seria pífio. Entre essas análises, havia a previsão de que no terceiro trimestre a economia cresceria algo entre 0,1 a 0,5%, mas o crescimento foi 0,7% e, comparado ao último trimestre de 2012, foi 1,9% maior – ontem, por exemplo, a comentarista de economia Miriam Leitão, na CBN, disse que os “analistas” com quem conversara apostavam num crescimento do PIB de no máximo 1,5% e, como se vê, erraram feio.

“Não podemos falar do crescimento de 2,3% do PIB sem dar importância para o PAC, fundamental para que constituíssemos a organização dos investimentos, com apoio do governo e participação da iniciativa privada, retomando as concessões onde as tarifas são módicas, onde as pessoas têm condições de pagar e há equilíbrio para o retorno dos investimentos. A indústria de maquinários, principalmente de caminhões, está indo bem e isso foi notado pelo desempenho da agropecuária”, afirmou.

Como exemplo, Gleisi explicou que o Governo tem feito sua parte ao aumentar o seguro-safra e melhorar as condições das taxas de juros no crédito agrícola, oferecendo condições para que o pequeno produtor rural possa encarar seus desafios, dando o auxílio de que precisa da porteira para dentro. “Estamos investindo em armazenagem, em assistência técnica, por isso tivemos um resultado como este. A indústria avança por decisões acertadas como as desonerações nos tributos, na folha de pagamentos. Mais do que isso, o Brasil é o quinto destino que mais recebeu investimento estrangeiro direto. Além disso, os investidores não residentes no País possuem 17% dos títulos públicos da dívida interna ante 11% de 2011. Isso mostra a credibilidade do Brasil que, ao contrário do que se fala, não passa por uma crise de confiança”, salientou.

Após ter feito essa declaração, a senadora Gleisi concedeu um aparte ao senador da oposição Aloysio Nunes, que acusou os senadores governistas de procurarem desqualificar as críticas. “Os senhores governistas procuram uma nova forma de desqualificar as críticas, chamando de antipatriótico e agora de pessimista. O crescimento de 2,3% para mim é pouco e a indústria está indo para o ralo, pelo processo de desindustrialização promovida pelo PT”, acusou.

Ao retomar a palavra, Gleisi foi categórica: “Não temos medo de críticas. Elas são bem vindas, ajuda fazer reflexões, mas nos ressentimos quando a crítica é feita para que a situação prospere contra o País. Muitos falavam que o PIB seria negativo. Aliás, os mais otimistas falavam em 0,5%, quase uma torcida. Somos contra esse tipo de comportamento e temos que lamentar”, disse ela.

Aloysio, então, argumentou que a dívida de empresas como Petrobras e Eletrobras está elevada, mas a senadora nem precisou lembrar que ontem a Petrobras anunciou um lucro de quase R$ 24 bilhões em 2013, 11% a mais do que havia lucrado em 2012.

Gleisi indagou o senador tucano sobre qual país foi capaz de gerar 20 milhões de empregos; retirar 32 milhões de pessoas da miséria absoluta e colocar 46 milhões de pessoas na classe média. “Qual foi o país que controlou a inflação e teve crescimento, que atrai investimentos, tem suas contas públicas equilibradas, que recuperou a indústria naval, que investe no pré-sal, em educação? Esse País tem rumo e sua condução tem objetivos”, falou.

Aloysio, então, disse que não vê catástrofe com o rumo da economia, e Gleisi, mais uma vez, completou: “esse País tem resultado para apresentar para o povo. Na comemoração dos vinte anos do Plano Real, que teve a presença do ex-presidente Fernando Henrique, a quem respeito, reconhecemos que o plano teve a importância para a estabilidade, mas tenho que dizer que quando recebemos esse país, em 2003, a situação econômica estava descontrolada. Resgatamos o Plano Real, estruturamos as contas públicas, recuperamos os investimentos. Aí mostramos compromisso e fico feliz com esse País que cresceu, que dá emprego e dignidade para o povo que tem confiança na condução pela presidenta Dilma Rousseff”, disse ela.

A partir daí o líder da oposição não mais a aparteou. Aliás, Gleisi recordou que logo após Lula vencer as eleições, em 2002, os tucanos apostavam que o PT e Lula não conseguiriam levar adiante a promessa de buscar o crescimento sustentável da economia, mas perderam feio essa aposta. O Brasil cresceu de maneira sustentável, com inflação controlada e, ao mesmo tempo, promovendo a inclusão social e a melhoria da renda das famílias.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou que para este ano a perspectiva é a de que o crescimento da economia continue, atingindo pelo menos 2,5%. “Claro que gostaríamos de ver o PIB crescendo ainda mais, mas já tivemos ocasiões em que o PIB no governo do PT chegou a 7%. É importante dizer que o crescimento está combinado com a melhoria da distribuição da renda e da riqueza. O índice de Gini em 2002 era de 0,59 e caiu para 0,51 em 2012. A taxa de desemprego está em 4,2% e é a mais baixa desde que foram iniciadas a medição nas regiões metropolitanas”, pontuou.

Marcello Antunes

 

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