Radiografia surrealista

Golpe aprofunda desigualdade de renda

Apenas seis (6) brasileiros concentram a mesma riqueza que a metade da população mais pobre; PEC do teto de gastou sequestrou os recursos da população para transferir aos bancos
Golpe aprofunda desigualdade de renda

Foto Lula Marques/Agência PT

Os jornais trazem nesta segunda-feira duas informação que mostram a profunda desigualdade de renda do país. A primeira diz que apenas seis (6) brasileiros concentram a mesma riqueza que a metade da população mais pobre. A segunda, que a população 10% mais rica do Brasil compromete uma parcela menor de sua renda com tributos que os 10% mais pobres. As duas estatísticas são de estudo da organização não-governamental britânica Oxfam, divulgadas pelos jornais El Pais e Globo.

Os seis brasileiros mais ricos são Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim). De acordo com o estudo, eles concentram, juntos, a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres do país, ou seja, a metade da população brasileira (207,7 milhões). O estudo aponta que 0,1% desses ricos ganha em um mês o mesmo que 23% da população levaria 19 anos, ganhando um salário mínimo.

[blockquote align=”none” author=”Senador e líder da bancada do PT no Senado, Lindbergh Farias”]”Essa situação de concentração de renda beira ao surrealismo. Para completar, ainda expulsaram os pobres do Orçamento da União. É pra combater essa verdadeira aberração que apresentei projeto de taxação de lucros e dividendos. Os donos do dinheiro no Brasil não pagam imposto!”[/blockquote]

Ainda de acordo com o estudo da Oxfam, a parcela mais pobre da população gasta 28% do que ganha em impostos e tributos. Diferente dos mais pobres, os mais riscos consomem apenas 10% de sua renda para pagar impostos. O estudo aponta, ainda, citando dados da Receita Federal de 2016, que a isenção no Imposto de Renda é inversamente proporcional aos valores declarados, em favor dos mais ricos. As informações estão no relatório “A Distância que nos Une – Um Retrato das Desigualdades Brasileiras“.

Diante desse quadro, a aprovação da PEC do teto de gastos “é uma medida equivocada”, afirma a diretora da Oxfam Brasil, Katia Maia. A diretora da instituição defende a reversão da medida para promover a redução da desigualdade. “Se você congela o gasto social, você limita o avanço que o Brasil poderia fazer nesta área”, declarou ela aos jornais. A medida adotada pelo governo, logo após o golpe, congelou os investimentos públicos no país por vinte anos para favorecer o sistema financeiro internacional e nacional.

 

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