Objetivo golpista

Governo transfere dinheiro do povo para os bancos

Os recursos liberados pelo FGTS seguirão para os bancos, seja para pagar empréstimos, seja para evitar o despejo do imóvel em muitos casos, como já vem ocorrendo
Governo transfere dinheiro do povo para os bancos

Foto: Divulgação

O estrago do governo golpista na economia está atingindo principalmente quem bateu panela do alto de suas varandas gourmets. A quebradeira só aumenta e matéria do jornal Valor Econômico, de segunda-feira (6), mostra que os bancos Itaú/Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil retomaram imóveis de clientes no valor de R$ 10 bilhões. Para reduzir a inadimplência, tais imóveis serão leiloados.

Logo após o golpe, em meados de agosto do ano passado, uma das primeiras medidas de Temer foi aumentar o valor de financiamento de imóveis para até o valor de R$ 700 mil como forma de atrair aquela classe média que, influenciada pela mídia conservadora, estava irada com os rumos da economia.

O fato é que o período de bonança vendido pelo governo golpista não apareceu até agora. E a estratégia do Banco Central, pelas mãos do ex-sócio do Itaú, Ilan Goldfajn, foi manter os juros altíssimos como forma de reduzir a inflação. De agosto de 2016 até o começo deste mês, a própria Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reconhece que a economia dá sinais mistos, ou seja, não dá para afirmar que a bonança está chegando.

[blockquote align=”none” author=””]Tudo faz crer que esse dinheiro (do FGTS) seguirá para os bancos, seja para pagar empréstimos, seja para evitar o despejo do imóvel em muitos casos[/blockquote]

A carta do Banco Central aos especuladores diz que a ociosidade da indústria aumenta a cada dia, isto é, funcionários estão sendo demitidos uma vez que a produção só cai, porque simplesmente não há compradores. O governo golpista mente ao propor a liberação do dinheiro mantido pelos trabalhadores das contas inativas do FGTS. Fala-se em R$ 40 bilhões. Porém, esse volume é muito baixo para recuperar a economia e a mágica ocorra.

Nada indica, também, que os brasileiros vão colocar as mãos nesse dinheiro e de imediato irão consumir. Tudo faz crer que esse dinheiro seguirá para os bancos, seja para pagar empréstimos, seja para evitar o despejo do imóvel em muitos casos. A taxa de desemprego do governo Temer aumenta cada vez mais e chega a 12,6%.

O Banco Central, na Ata do Copom, informa que há um processo de desinflação, onde os preços começam a cair. O problema do BC é que a inflação cai numa velocidade maior do que os juros, hoje em 12,25%. A inflação em 4,5% neste ano garantirá quase 8% de juro real. A pergunta que se faz é a seguinte: quem tem dinheiro aplicado vai querer investir na produção e geração de emprego se a especulação é mais rentável?

O debate sobre o efeito de juros altos para conter a inflação está tomando conta entre os economistas. Tudo começou com o questionamento feito pelo economista John Cochrane. Ele criticou os bancos centrais que acreditam na receita de que basta elevar os juros para a inflação cair. Segundo ele, ocorre o contrário.

[blockquote align=”none” author=””]Isso mostra que as pessoas estão gastando suas últimas economias na sobrevivência às políticas excludentes do governo Temer[/blockquote]

O ex-ministro da Fazenda da gestão Dilma Rousseff, Nelson Barbosa, em artigo no Valor Econômico, diz que as principais ações para reduzir a taxa de juro real são a estabilização do endividamento público, a redução relativa do volume de crédito direcionado e o aumento da produtividade.

Se há ociosidade da indústria, logo não há aumento de produtividade. Para completar o ciclo de esfarelamento da economia, o Banco Central divulgou que em janeiro e fevereiro deste ano as pessoas retiraram dinheiro da poupança. Foram R$ 10,7 bilhões em janeiro e R$ 1,67 bilhão em fevereiro. Em 2015, foram sacados das poupanças R$ 53,567 bilhões e em 2016 R$ 40,7 bilhões. Isso mostra que as pessoas estão gastando suas últimas economias na sobrevivência às políticas excludentes do governo Temer.

Reprodução autorizada mediante citação do site PT no Senado

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