Greenpeace agradece a parlamentares pela anistia de Ana Paula

Greenpeace agradece a parlamentares pela anistia de Ana Paula

Senadores petistas se engajaram desde o primeiro momento pela libertação da ativista brasileira

Dilma, no Twitter: pedido formal de
explicações ao governo russo

O Parlamento russo aprovou, na manhã desta quarta-feira, um decreto que anistia todos os ativistas do Greenpeace e dois jornalistas, presos em 19 de setembro deste ano sob a acusação de vandalismo e pirataria, durante protesto contra a exploração de petróleo no mar Ártico. Com a aprovação, as investigações iniciadas do processo criminal aberto contra os detidos serão encerradas.

A concessão da anistia aos ativistas, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, foi anunciada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) durante a sessão conjunta do Congresso Nacional, no final da manhã desta quarta-feira (18). O senador expressou seus cumprimentos ao Parlamento Russo pela decisão e, logo após o encerramento da sessão, dirigiu-se a uma reunião na Embaixada da Rússia.

A notícia da prisão dos trinta ativistas, dentre os quais quatro russos, correu o mundo e tocou particularmente vários senadores do PT, que se mobilizaram de todas as formas para libertar Ana Paula. “Como ativista ambiental, ela é uma defensora do planeta”, resumiu o senador Paulo Paim (PT-RS), logo após receber a notícia da anistia à brasileira. “Mobilizei-me como conterrâneo [Ana Paula é gaúcha], como parlamentar e como militante dos direitos humanos”.

Os senadores petistas Eduardo Suplicy (SP), Paulo Paim (RS) e Ana Rita (ES) foram os primeiros a se manifestar pela libertação da brasileira, numa frente parlamentar. Como presidente da Comissão de Direitos Humanos, Ana Rita encaminhou comunicado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedindo que a instituição se manifestasse a favor de Ana Paula Maciel.  Na ocasião, a senadora afirmou que a brasileira era mais uma vítima do preconceito e contestou os argumentos do governo russo para justificar as prisões. “A noção de pirataria da legislação internacional, e da própria legislação russa, não se aplicam a esse caso”, declarou.

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Suplicy: reunião na 
Embaixada da Rússia
após a notícia da
anistia a Ana Paula

Eduardo Suplicy, um dos representantes do PT na Comissão de Relações Exteriores (CRE), por sua parte, conseguiu a aprovação, na comissão, de um requerimento – enviado ao Parlamento russo – cobrando a liberdade da brasileira. Na ocasião, Suplicy sustentou que não havia fundamento jurídico na acusação de pirataria feita pelo governo russo. Semanas depois, a acusação de pirataria foi retirada – e a brasileira pode ser libertada sob fiança.

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Paim: artigo pediu
engajamento da “guerreira”
Dilma pela liberdade da
brasileira

No mesmo dia de apresentação do requerimento de Suplicy, e com a mesma argumentação, o senador Paulo Paim (PT-RS) publicou o artigo no jornal eletrônico Sul 21, de Porto Alegre, sob o título “Libertem Ana Paula”, contestando a acusação de pirataria. “É absolutamente evidente que os ativistas presos não são piratas”, afirmou o senador, referindo-se à acusação mais grave do governo russo, que não dava possibilidade para a anistia posteriormente concedida. “Tenho certeza que um governo liderado por uma guerreira, que sentiu na pele o que Ana Paula está sentindo, não vai se calar diante dos fatos”, escreveu o senador, referindo-se à presidenta Dilma Rousseff, cuja interferência no caso, por meio de pedido formal de explicações apresentado pelo Itamaraty, foi reconhecida em agradecimento da própria Ana Paula, no dia em que foi libertada.

No dia 25 de outubro, pouco mais de um mês após a prisão de Ana Paula, o presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que a Casa enviaria uma missão à Rússia integrada pela senadora Vanessa Grazziontin (PC do B) e pelo senador Humberto Costa (PT-PE), como forma de materializar a correspondência oficial enviada por Renan à presidente do Conselho da Federação da Rússia (equivalente ao Congresso), Valentina Matvienko, solicitando a pronta libertação da brasileira e pedindo consideração à carta enviada pelo governo brasileiro para que Ana Paula pudesse responder em liberdade às acusações de vandalismo (a acusação de pirataria já havia sido retirada).

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Ana Rita: contestação à
acusação de pirataria feita
pelo governo russo

No dia 20 de novembro, finalmente, Ana Paula foi a primeira ativista a ser libertada.

Hoje pela manhã, assim que a anistia a Ana Paula Maciel foi anunciada, a Coordenadora de Políticas Públicas do Greenpeace, Renata Camargo, enviou mensagem aos senadores e à assessoria técnica da Liderança do PT:

“Gostaria de aproveitar a ocasião para enfatizar os agradecimentos do Greenpeace a todo o esforço e ajuda que o Parlamento brasileiro tem dado no sentido de libertar a brasileira Ana Paula. Certamente às cartas enviadas ao Parlamento russo e todas as articulações feitas foram fundamentais para influenciar a decisão de hoje”, diz.

“Importante ressaltar, que a ajuda do Parlamento brasileiro ao caso tem sido reconhecida internacionalmente. Sem dúvida, a atuação dos parlamentares brasileiros foi peça-chave para que este caso tivesse um final feliz, reforçando às boas relações diplomáticas entre Brasil e Rússia”.

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