Contra o entreguismo

Greve Geral na Argentina avança união dos trabalhadores latinos

Juan Carlos Schmid, da CGT, criticou a acusação do presidente Macri sobre “a existência de máfias nos sindicatos”: “Se existe máfia neste país, que procurem na especulação financeira”, rebateu
Greve Geral na Argentina avança união dos trabalhadores latinos

Foto: Twitter/Telesur

O povo argentino foi às ruas no dia de ontem em apoio à Greve Geral na Argentina contra as medidas neoliberais do atual presidente Mauricio Macri. Com início à meia noite, trabalhadores e trabalhadoras paralisaram o país vizinho por 24 horas. Além disso, os cidadãos argentinos prometem seguir mobilizados caso o governo não ouça as vozes da rua.

A unidade das centrais sindicais, CTA (Central dos Trabalhadores da Argentina), CGT (Confederação Geral do Trabalho), CTAA (Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma) e setores do movimento sindical e populares permitiu a construção de uma pauta que reivindica a reabertura da negociação coletiva nacional dos professores, a implementação de uma lei que impeça demissões massivas nos setores públicos e privados, o aumento imediato de rendimento de salário para os setores menos favorecidos, como os aposentados e para os desempregados que ficam desprotegidos da obra social.

“Pedimos que mude o rumo econômico do governo de Macri e exigimos o fim dessa política, um plano de ajuda para os setores que estão passando fome, reativação das políticas públicas que foram cortadas e faremos uma consulta do povo para um plano de lutas racional e coerente que implique as pressões das lutas populares no dia e a dia”, explicou o Diretor de Relações Internacionais da CTA, Andrés Larisgoitia.

No mesmo sentido foi a avaliação de Héctor Daer, da Central Geral dos Trabalhadores (CGT). Para ele, a greve geral foi “contundente” e contribui para ampliar a luta pela mudança das políticas econômicas adotadas pelo atual presidente Mauricio Macri.

Os trabalhadores e trabalhadoras também exigem políticas que apoiem pequenas e médias empresas para que elas possam continuar produzindo e estanque os processos de fechamento de empresas gerando desemprego e o aumento da recessão.

Para o secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Antonio Lisboa, a gigantesca reação ao governo Macri e sua política de arrocho, aumento de tarifas públicas e desemprego em massa demonstra a decisão do povo argentino de barrar o descaminho neoliberal. “Os trabalhadores argentinos estão dando esse exemplo de luta na região”, disse.

O secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT, Ariovaldo de Camargo disse que com as medidas Macri respondem ao capital e a elite do país. “Em oposição à articulação do capital, que só favorece as empresas e a superexploração, os trabalhadores argentinos, aliados aos trabalhadores brasileiros, uruguaios, paraguaios e chilenos, apontam para a integração como caminho da verdadeira independência. A greve demonstra a disposição de luta do povo argentino para virar a página de atropelos aos direitos”.

Para o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felício é admirável a combatividade do povo argentino no enfrentamento das políticas de austeridade fiscal e arrocho salarial do governo Macri. “A classe trabalhadora argentina demonstrou mais uma vez que é só por meio da mobilização social e da greve que se impõem derrotas a governos entreguistas”.

Segundo Andrés Larisgoitia, se o governo Macri não souber escutar a voz dos trabalhadores e trabalhadoras, o povo argentino continuará ocupando as ruas, fazendo manifestações de forma pacifica e democrática. “A intenção não é tirar nenhum governo, porque nós respeitamos o resultado nas urnas das eleições, mas não podemos aceitar um governo que faça essa política contra o trabalhador”.

Juan Carlos Schmid, também dirigente da CGT, criticou a acusação do presidente Macri sobre “a existência de máfias nos sindicatos”. “Se existe máfia neste país, que procurem na especulação financeira”, rebateu.

Apoio ao Brasil
O diretor da CTA confirmou presença na Greve Geral a ser realizada no Brasil e garante que a central se solidariza com o que o Brasil vive. Para Larisgoitia, além das medidas neoliberais adotadas pelo atual governo, a gestão Temer é ilegítima. “Queremos construir em conjunto um plano de ação de resistência a essa política neoliberal que atinge nossa região”, complementa.

Para Antônio Lisboa, da CUT, a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras argentinas é exemplar. “Com esta mobilização, combativa e unitária, a construção da nossa greve geral se vê agora ainda mais fortalecida para barrarmos as reformas da Previdência e Trabalhista e derrotar Temer e sua política”.

Com informações da CUT

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