Humberto: “PT não será destruído por quem quer que seja”

Senador pernambucano reclamou do comportamento de antigos aliados e explicou porque o PT abandonou os cargos no governo de Pernambuco

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, nesta quarta-feira (16), em pronunciamento no plenário, que o Partido dos Trabalhadores (PT) conta com o apoio de uma parcela significativa da população brasileira e não será destruído pela oposição ou “por quem quer que seja”.  Ele criticou os ex-aliados do partido que não só decidiram partir para a oposição, como estão desferindo ataques a programas e políticas que ajudaram a implementar e construir.

“Eu quero principalmente me referir aqui ao movimento da política. Aliados históricos também desse projeto começam a fazer um caminho diferente, um caminho de questionar esse legado, essa construção que fizemos coletivamente, e a assumir claramente o discurso de oposição”, lamentou, citando especificamente a aliança que foi celebrada entre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e a ex-ministra Marina Silva.

“Eles assumem agora uma postura claramente de oposição ao projeto que, ao longo desses dez anos, inclusive com a participação do PSB, inclusive com a participação da ex-ministra Marina Silva, fez com que o Brasil tenha chegado à situação em que hoje se encontra de inclusão de milhões e milhões de pessoas, de desenvolvimento econômico, de progresso, de redução de desigualdades”, recordou.

Segundo Humberto, o comportamento dos ex-aliados e atuais adversários forçou o partido a desembarcar do governo de Pernambuco. O PT entregou os cargos que tinha na administração do estado, porque discorda da postura do PSB. “Um grupo de integrantes do PT, entendendo que não havia mais a mínima condição de permanecer no governo (estadual), tomou a posição de entregar os seus cargos e, ao mesmo tempo, propor ao PT que, como um todo, tome essa decisão, para preservar a sua dignidade, para preservar a sua autoestima, para preservar o respeito dos seus militantes e dos seus filiados, sem qualquer posição sectária de se passar para o lado da oposição ou coisas assim, mas com certeza de afirmar um projeto de um partido que tem presença social, que tem representatividade social, que tem uma parcela importante do eleitorado em Pernambuco”, justificou.

Ele acusou os governistas pernambucanos de fazerem um discurso de modernidade, mas na prática fazerem aquilo que há de mais velho na política deste País, “que é utilizar a força para dobrar aqueles que não aceitam as orientações e os ditames dos que se consideram donos da política de Pernambuco”.

E concluiu: “Eu vim hoje a esta tribuna para dizer que, enquanto eu for senador, serei uma palavra para defender a liberdade, para defender a democracia, para não ser capacho de quem quer que seja, para afirmar a altivez da nossa posição e da posição do nosso Partido”.

Pesquisas
Comentando as últimas eleitorais divulgadas que indicam vitória sem grandes percalços da presidenta Dilma Rousseff em 2014, Humberto disse que “está claro que o povo brasileiro tem a compreensão de que o País está no caminho certo e que não pode desse caminho se desviar”. Para ele, a população reconhece as conquistas do governo petista e não quer voltar a um tempo em que a desigualdade social era muito maior do que é hoje.

“É um reconhecimento da população às conquistas do governo Lula, às conquistas do Governo Dilma e, acima de tudo, uma posição de que o Brasil não quer voltar atrás, não quer voltar ao tempo em que o FMI monitorava a nossa economia; não quer voltar ao tempo em que a desigualdade era muito maior do que é hoje; não quer voltar ao tempo em que o nosso País não olhava para as pessoas, em que o governo vão via os cidadãos e as cidadãs. Mas é verdade, também, que o povo brasileiro, neste momento, não quer apostar no escuro, não quer ter algum tipo de aventura que venha a se tornar algo inconsequente para o nosso País”, observou.

Giselle Chassot

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