Humberto sobre a Copa: mostramos que somos capazes, que somos grandes

Humberto: não ganhamos dentro de campo, mas fora dele demos um showO sucesso da Copa do Mundo no Brasil provou que a capacidade premonitória dos arautos do caos é equivalente à sua capacidade de análise e de fazer política: “Um completo desastre”, afirma o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT), que, em pronunciamento ao plenário desta terça-feira (15), propôs aos setores que apostaram no fiasco do evento que aproveitem a lição e façam “uma profunda reflexão” e que “menos inspirados pela raiva e mais tocados pelo espírito da justiça, venham a público reconhecer, humildemente, o quanto erraram ao torcer para que tudo desse errado mundial”.

Humberto sobre a Copa: mostramos que somos capazes, que somos grandes

Para Humberto, os únicos derrotados na Copa 2014 “foram os que ridicularizaram o Brasil” — e, consequentemente, todos os brasileiros — “fazendo chacota do País diante do mundo e afirmando que passaríamos vergonha”, com a realização do mundial. “Perderam. E perderam de uma forma muito mais traumática que a nossa Seleção. Porque os nossos jogadores tiveram problemas, tiveram desfalques, não acharam em campo seu futebol, mas lutaram, de forma limpa, pra tentar vencer os adversários”, afirmou o senador. “Quem jogou fora de campo contra o Brasil, jogou de uma forma suja e desleal, que não engrandeceu nem o país nem o debate político. Por isso, foram derrotados – eles, sim – de forma humilhante nessa aposta torta feito contra o Brasil e as competências do nosso povo”.

O líder petista lembra que a oposição e setores da imprensa tiveram todas as suas previsões desmentidas: não houve apagão no setor elétrico, nem caos aéreo, nem ruas tomadas por protestos, nem estádios inacabados, obras atrasadas, insegurança, fiasco de turistas e de público nos jogos. “Houve quem dissesse publicamente ao mundo que nós passaríamos vergonha. Que éramos – como afirmou o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves – o país do improviso, um cemitério de obras inacabadas”, citou Humberto.

 O resultado foi o inverso do desejado pelos tucanos. O País recebeu 846 mil estrangeiros vindos de mais de 200 países. Uma pesquisa do Instituto DataFolha divulgada nesta terça-feira (15) mostra que eles aprovaram a realização da Copa no Brasil com louvor: 83% deles avaliaram positivamente a organização do evento, 92% aprovaram o conforto e a segurança dos estádios, 95% classificaram como “ótima” ou “boa” a hospitalidade dos brasileiros, 69% disseram que gostariam muito de morar no Brasil. Outra pesquisa, do Ministério do Turismo, já havia apontado que 95% dos visitantes estrangeiros pretendem voltar ao Brasil para passear.

Contrariando as previsões furadas dos arautos do caos, 16 milhões de passageiros transitaram pelos aeroportos brasileiros no período da Copa e os índices de atraso de voo registrados no Brasil foram inferiores aos registrados na União Europeia. “Também não houve falhas na rede elétrica. Não houve os desligamentos nos quais a oposição – que é especialista em apagões e em meter o Brasil às escuras – tanto apostou”, lembrou o senador.

O mais importante, porém, é o legado deixado pelo evento, destacou Humberto. Mais de 30 bilhões de reais foram injetados na economia durante esse período, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas-Fipe, o que equivale a um incremento de 0,6% do Produto Interno Bruto do País. “Ficará para os brasileiros o resultado dos mais de R$ 8 bilhões investidos na maior ampliação aeroportuária da história do Brasil”, lembrou o senador, assim como as 42 obras de mobilidades urbana — VLTs, 140 quilômetros de corredores de ônibus e BRTs, novas estações de metrô e 50 quilômetros de novas vias. Também ficarão os quatro novos terminais portuários de passageiros e mais de 15 mil antenas 3G/4G instaladas nas cidades-sede para melhorar a qualidade da telefonia.

Para o senador petista, a festa só não foi completa pela derrota da Seleção Brasileira nas semifinais. “Mas a derrota para a Alemanha por 7 X 1 serviu, ao menos, para que possamos dar início a uma profunda reflexão sobre as bases em que estão assentadas o nosso futebol”, avaliou. Ele defende um grande debate sobre a estrutura do futebol brasileiro, que “não pode ficar circunscrita a grupos seletos, já que é um patrimônio dos brasileiros”.

“Se não ganhamos dentro de campo, fora dele, temos de nos orgulhar de termos dado um show. Mostramos que somos capazes, que somos grandes, que somos competentes o suficiente para assumir as responsabilidades com as quais nos comprometemos”, concluiu.

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