Lucro líquido da Petrobras atinge R$ 5,9 bi no primeiro semestre de 2015

Lucro líquido da Petrobras atinge R$ 5,9 bi no primeiro semestre de 2015

Na comparação com o primeiro semestre de 2014, houve uma queda no lucro de 43%. Principais petrolíferas também tiveram lucros menoresA Petrobras divulgou ontem o resultado de suas operações relativas ao primeiro semestre deste ano. A companhia teve lucro líquido de R$ 5,9 bilhões, 43% menor que o verificado no primeiro semestre de 2014. A redução do lucro decorreu do aumento das despesas financeiras líquidas e tributárias. A alta do dólar perante o real e, ao mesmo tempo, a queda expressiva no valor do barril do petróleo afetou o resultado, mas não apenas e exclusivamente da Petrobras. As grandes petrolíferas como BP, Statoil, Total, Shell, Chevron, ExxonMobil, Eni e ConocoPhilips experimentaram quedas nos lucros de 4% a 89,9%. 

Aliás, os jornais desta sexta-feira (7) concentraram suas atenções no número que chama atenção, ou seja, o lucro líquido da Petrobras caiu 89% na comparação do resultado do segundo trimestre contra o primeiro deste ano. Os títulos das matérias chamam atenção: Lucro da Petrobras despenca 90% no segundo trimestre e chega a R$ 531 mi – Correio Braziliense; Lucro da Petrobrás despenca quase 90% – O Estado de S.Paulo; Ajuste na Petrobras – Lucro da estatal recua 89% no 2 º tri com pagamento ao Fisco e reavaliação de ativos – O Globo; Lucro da Petrobras cai 89% no 2º trimestre – Folha de S.Paulo e, bastante moderado, o título Despesa com IOF afeta lucro da Petrobras ilustrou a matéria do Valor Econômico.

Em que pese o cenário de crise que afeta os países, o lucro operacional da Petrobras foi de R$ 22,8 bilhões, 39% superior ao primeiro semestre do ano passado, graças ao melhor desempenho e ganhos obtidos na comercialização de derivados.  O ganho seria maior se o valor do barril do petróleo não tivesse uma queda violentíssima de janeiro para cá. Em dezembro a cotação estava em US$ 104,00 e atualmente está abaixo rondando os US$ 50,00. 

De acordo com matéria do Valor Econômico de segunda-feira (3), dá para notar como a queda nas cotações do barril do petróleo influenciou o resultado de outras empresas também. O lucro das duas maiores empresas dos Estados Unidos foi o pior, isso mesmo, o pior dos últimos dez anos: o lucro da ExxonMobil caiu 52% no segundo trimestre deste ano e o da Chevron caiu 89,9%, praticamente a mesma queda em percentual do lucro da Petrobras no segundo trimestre. 

Na manhã desta sexta-feira (7), representantes de bancos como o Morgan Stanley, Goldman Sachs, Credit Suisse e HSBC, entre outros, não concentram suas atenções para a queda do lucro no semestre ou trimestre. Quiseram saber sobre o plano de desinvestimentos da companhia, mas os diretores explicaram que todas as esferas internas devem discutir e posicionar para depois tornar pública a decisão. Pelo menos a empresa divulgou um fato relavante indicando que o Conselho de Administração autorizou o protocolo de registro de oferta pública de ações da Petrobras Distribuidora. 

Essa notícia soa como música aos ouvidos das grandes empresas petroleiras do mundo, pelo tamanho das operações de distribuição dessa empresa.

 

Confira os destaques operacionais da Petrobras:

A produção de petróleo e gás natural (no Brasil e no exterior) cresceu 9% em relação ao primeiro semestre de 2014, atingindo a média de 2,784 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Em junho, a produção mensal de petróleo no pré-sal alcançou o recorde de 747 mil barris por dia. A produção média diária da Petrobras é a segunda maior entre 9 petrolíferas mundiais.  A produção média da ExxonMobil é de 3,980 milhões de barris/dia; a Chevron, 2,600 milhões de barris/dia; a Shell, 2,730 milhões de barris/dia; a Total produz 2,3 milhões de barris/dia; a BP produz 2,112 milhões de barris/dia, a Statoil produz 1,873 milhão de barris/dia; a Eni produz 1,754 milhão de barris/dia; a ConocoPhilips produz 1,590 milhão de barris/dia e a BG Group, 703 mil barris/dia. 

As exportações de petróleo da Petrobras cresceram 107% em relação ao primeiro semestre do ano passado, garantindo melhora significativa na balança comercial da empresa. 

A produção total de derivados no Brasil e no exterior foi de 2,178 milhões de barris/dia, 7% inferior ao mesmo período de 2014. Essa redução ocorreu por causa da parada programada na Refinaria Landulpho Alves (RLAM) no primeiro semestre. 

Os investimentos no segundo semestre foram de R$ 36,2 bilhões, 13% abaixo do valor do primeiro semestre.  Em dólares, o valor dos investimentos foi de US$ 12 bilhões. 

A Petrobras recebeu R$ 157 milhões referentes aos valores repatriados na Operação Lava Jato.

 

Marcello Antunes

 

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