Mercadante defende recuperação gradativa do piso dos professores

“Se quisermos ter uma educação de qualidade, teremos que continuar recuperando o piso salarial progressivamente ao longo dos próximos anos”

 

 

Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, nesta quinta-feira (01/03), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comentou sobre a formação de professores, o piso salarial do magistério e a distribuição de 600 mil tablets para uso dos professores do ensino médio de escolas públicas federais, estaduais e municipais.

Piso salarial do magistério

Se nós não melhorarmos a valorização do ingresso na carreira dos professores, os bons profissionais não vão querer dar aula. Portanto, o piso salarial é fundamental. Eu reconheço que o reajuste é forte; 22,22% no ano, que é calculado exatamente pelo valor mínimo de aumento do repasse do Fundeb para os estados. Esse é o critério, é o aumento de recursos que está sendo repassado, mas, de qualquer forma, é um reajuste elevado. E é evidente que há prefeituras e alguns estados que têm dificuldades. No piso anterior, tínhamos 23 estados que pagavam integralmente o piso. E mesmo antes desse reajuste, 11 estados já estavam acima do piso. Essa questão terá que ser equacionada em alguns estados.

 

Recursos

Nós tínhamos situações em que a média de ingresso na carreira do magistério, há quatro anos, era em torno de R$ 450. Depois, foi para R$ 950, R$ 1.180. Estamos chegando agora a R$ 1.451. Houve uma evolução espetacular nesses últimos anos. Se quisermos ter uma educação de qualidade, teremos que continuar recuperando o piso salarial progressivamente ao longo dos próximos anos. O Plano Nacional de Educação prevê que, até 2020, a gente passe de 5% do Produto Interno Bruto, de recursos para a educação, e chegue a pelo menos 7%.

600 mil tablets

Precisamos criar uma escola mais interessante, criativa e inovadora. Um dos instrumentos que temos é a internet. Queremos levar esse ambiente para a sala de aula. Nossa meta é chegar aos 600 mil professores do ensino médio. O tablet é da escola, mas ele usa em tempo integral, o quanto ele quiser, enquanto for professor da escola. E, com o tablet, ele prepara a aula. A sala de aula terá o projetor digital.

Para usar os equipamentos, fizemos cursos de formação na área de tecnologia da informação para 320 mil professores no Brasil. Vamos lançar um segundo curso que, em três módulos, tem até 360 horas de formação, para toda a rede. Vamos começar pelo ensino médio. Toda a Coleção Educadores estará no tablet. Todo o conteúdo do Portal do Professor, o material da TV Escola, todos os periódicos, as revistas especializadas em educação. Ao invés de escrever no quadro negro, ele vai projetar um gráfico, uma imagem.

 

Banda larga

Hoje, temos 52 mil escolas com banda larga e 56 mil escolas com computador. Ou seja, quatro mil escolas têm o equipamento, têm a rede, mas temos que dar memória, não tem acesso à internet. Precisamos melhorar esse acesso. No caso da Amazônia, só tem uma saída: o lançamento de um satélite geoestacionário, que deve ficar pronto em meados de 2014 e custa R$ 750 milhões.

Formação de professores

Temos dois milhões de professores na rede, da educação infantil ao ensino superior. Temos 632 mil que não têm graduação. Hoje, mais de 300 mil professores estão fazendo universidade e se graduando. Temos dado um grande estímulo, com bolsas de estudo. Por exemplo, quem for fazer pedagogia ou for ser professor da rede pública, não pagará o Fies, vai descontar 1% ao mês durante o período, e terá, portanto, todo o financiamento para a educação gratuita.

Olimpíada de Matemática

Estamos na oitava edição da Olimpíada da Matemática. No ano passado, tivemos 18,7 milhões de estudantes participando, uma coisa espetacular. Foram 44,6 mil escolas que participaram em, praticamente, todos os estados. Quero chamar a atenção dos diretores das escolas: a inscrição vai até 30 de março. Podem entrar no Portal do MEC ou direto no Portal da Olimpíada Brasileira da Matemática. Os alunos que podem participar são os do sexto ao nono ano do ensino fundamental e os três níveis de ensino médio. Vamos dar 500 medalhas de ouro, 900 medalhas de prata e 3,1 mil medalhas de bronze, além de certificados de menção honrosa. Os alunos que forem melhor posicionados no exame recebem uma bolsa de iniciação científica júnior do CNPq e vão poder, durante um período, estudar matemática com uma bolsa de estudo. Os 30 melhores medalhistas serão preparados para disputar as Olimpíadas Internacionais.

Ensino técnico

Lançamos o Pronatec, que vai combinar ensino técnico profissionalizante com o ensino médio. Vamos abrir oito milhões de vagas até 2014. Este ano, já estamos chegando em umas 600, 700 mil vagas novas, 500 mil só no Sistema S, e estamos ampliando a rede de institutos federais para responder a essa demanda.

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