Ministro da Educação explica porque o MEC investe em novos cursos de Medicina

Ministro da Educação explica porque o MEC investe em novos cursos de Medicina

Objetivo, agora, é formar novos e melhores profissionaisNa primeira fase do programa Mais Médicos, o grande desafio foi levar profissionais de saúde à população do interior do País, onde  praticamente não havia postos de saúde ou atendimento para as doenças mais comuns. Para suprir essa demanda, o governo apelou até para a “importação” de médicos.

Hoje, suprida essa demanda e garantido o bom atendimento básico de populações isoladas e até comunidades indígenas, os  Ministério da Educação  (MEC) e da Saúde se unem para investir no aprimoramento do programa.

Em artigo publicado nesta quinta-feira (3) pelo Jornal O Globo, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro explica que, nesta fase, o importante é garantir que novos profissionais, formados principalmente no interior do Brasil – perto, portanto, da população – concluam cursos de qualidade.

O ministro esclarece que o MEC reformulou a lógica dos investimentos em novos cursos de graduação. “O Estado brasileiro passou a induzir investimentos do setor privado que, sem os editais, não iriam para o interior do país”, comentou. Segundo ele, se nenhuma  vaga em cursos de Medicina fosse aberta no país, o Brasil atingiria a proporção de 2,7 médicos apenas em 2035. Com a abertura de mais 11.447 vagas até 2017, a meta será atingida em 2026 – dentro de nove anos, portanto.

Janine Ribeiro garante que esses projetos  receberão o investimento necessário e serão acompanhados de perto, para que seja garantida a qualidade dos formandos. “Porque queremos mais médicos – e bons médicos”.

Leia a íntegra do artigo, publicado originalmente pelo jornal O Globo

Os médicos que o Brasil precisa, por Renato Janine

Mudar nunca é fácil. Há uma resistência natural do ser humano ao novo, ainda que ele venha com objetivo de aprimorar processos falhos. Imagine, então, inverter a lógica de abertura de cursos de graduação de Medicina no país? Foi o que o Ministério da Educação fez nos últimos anos, no âmbito do Programa Mais Médicos.

Quando se fala em Mais Médicos, a maioria das pessoas pensa na vinda de profissionais estrangeiros ao Brasil. Foi preciso adotar, sim, essa medida de emergência. Foi necessária, e mudou o cenário de atendimento no SUS. Mas as medidas estruturantes, sob a responsabilidade do Ministério da Educação, garantem que tenhamos médicos em número necessário, formados principalmente no interior do Brasil.

Até 2012, a instituição de ensino superior investia em prédio, laboratório, biblioteca e então pedia autorização para abrir o curso. Com isso, o curso era autorizado onde a instituição julgava mais adequado para ela. A lógica, instituída a partir da Lei do Mais Médicos, foi de criar cursos em instituições privadas com base em edital público. O Estado brasileiro passou a induzir investimentos do setor privado que, sem os editais, não iriam para o interior do país.

Também foi incentivada a abertura de novos cursos de Medicina em universidades federais, em áreas de vulnerabilidade e dificuldade na fixação de médicos, valorizando o acesso de estudantes oriundos da própria região. Cursos de Medicina existentes vêm ampliando oportunidades de ingresso a jovens em todas as regiões do país. Já são 1.690 novas vagas em instituições federais de educação superior. Serão 3.615 vagas novas até 2017.

O novo modelo leva em consideração a quantidade de vagas para cursos de Medicina em relação ao tamanho da população, pois ainda temos um déficit. Apesar da existência de pouco mais de 200 cursos no país, nossa proporção era de somente 0,8 vaga de graduação para cada dez mil habitantes, em 2012.

Se nenhuma vaga em cursos de Medicina fosse aberta no país, o Brasil atingiria a proporção de 2,7 médicos apenas em 2035. Com a abertura de mais 11.447 vagas até 2017, a meta será atingida em 2026, nove anos antes. E deveremos continuar aumentando para suprir a variação populacional, novas questões epidemiológicas e, consequentemente, uma nova demanda aos serviços de saúde.

Sabemos o quanto essas iniciativas serão importantes para o desenvolvimento desses municípios e regiões, e não podemos correr o risco de que esses projetos não recebam todo o investimento que merecem e, muito menos, sejam descontinuados por problemas financeiros.

Mas nada disso funcionará sem enorme atenção à qualidade dos formandos. Por isso mesmo, o MEC implantará, a partir de 2016, uma avaliação bienal dos cursos de Medicina, focada no segundo, quarto e sexto ano da graduação. Nenhum outro curso de graduação no Brasil tem ou terá um acompanhamento tão constante e tão exigente. Porque queremos mais médicos – e bons médicos.

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Imagem: Fotos Públicas

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