Na mídia: Ibama dá aval a projetos de exploração de petróleo e minério de ferro

A Vale recebeu sinal verde do Ibama para desenvolver maior projeto da indústria de minério de ferro. O aval também foi dado ao projeto da Petrobras para explorar o bloco Papa-Terra, na Bacia de Campos, cuja produção corresponde a 6,6% de tudo que se produz no Brasil. As reportagens foram publicadas na edição desta quinta-feira (04) do jornal Valor Econômico.

Os investimentos orçados em R$ 10,7 bilhões possibilitarão uma produção de mais de 134 mil barris por dia, volume que corresponde a 6,6% de todo o petróleo produzido no Brasil.

O presidente da Vale, Murilo ferreira, informou que ao receber a licença do Ibama, a empresa terá condições para aumentar sua produção para até 230 milhões de toneladas em 2018 com a exploração do minério de ferro S11D, nome do projeto a ser implantado na Serra Sul de Carajás, no Pará. O S11D é um projeto integrado entre a mina, a ferrovia e o porto que produzirá a partir de 2016 cerca de 90 milhões de toneladas por ano – associado à área norte de Carajás, permitirá que a empresa continue entre as líderes mundiais.

Murilo Ferreira enfatiza que, apesar das expectativas indicarem um crescimento menor da siderurgia, o investimento é amplamente justificável. “Se o mercado de siderurgia não vai crescer na mesma exuberância de 6% ao ano como vinha crescendo, se crescer simplesmente 3% será preciso mais 40 milhões de toneladas por ano de suprimento”, afirmou.

 

Veja as reportagens publicadas pelo jornal Valor Econômico:

Ibama autoriza maior projeto de mineração da história da Vale

A Vale obteve a peça que faltava para levar adiante o projeto de minério de ferro S11D, na Serra Sul de Carajás, no Pará, o maior empreendimento da história da companhia com investimentos totais estimados em US$ 19,6 bilhões. Ontem o presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, assinou a licença de instalação do S11D, conforme adiantado, ainda pela manhã, pelo Valor PRO, o serviço de informações em tempo real do Valor.

A licença de instalação emitida pelo Ibama faz parte da segunda fase de licenciamento do S11D e permite o início das obras de construção da usina que vai processar o minério. “Parte da licença [ambiental] para o projeto já havia sido concedida, faltava somente a parte da mina, do processamento”, disse Vania Somavilla, diretora-executiva de sustentabilidade da Vale. O S11D é um projeto integrado entre mina, ferrovia e porto que vai produzir 90 milhões de toneladas por ano a partir do segundo semestre de 2016. Dos US$ 19,6 bilhões, US$ 8 bilhões serão aplicados na mina e na usina e US$ 11,5 bilhões em logística.

“É o maior projeto da Vale e também o maior na indústria de minério de ferro”, reafirmou o presidente da empresa, Murilo Ferreira. Ele previu que o S11D vai atingir plena capacidade de produção em 2018. O S11D será importante para a Vale aumentar a produção no sistema norte para 230 milhões de toneladas por ano a partir de 2018. Além do S11D, a companhia tem projeto para adicionar 40 milhões de toneladas por ano em Carajás, previsto para começar a operar no fim deste ano. Em 2012, a empresa produziu 107 milhões de toneladas no sistema norte.

Ferreira afirmou que o minério do S11D é de boa qualidade, capaz de aumentar a produtividade da indústria siderúrgica e, por isso, será disputado por clientes na Europa e na Ásia. Ferreira afirmou que o investimento no projeto se justifica mesmo com a perspectiva de crescimento menor da siderurgia: “Se o mercado de siderurgia não vai crescer na mesma exuberância de 6% como vinha crescendo, se crescer simplesmente 3%, será preciso mais 40 milhões de toneladas por ano de suprimento.”

A Vale também definiu o modelo do financiamento para o projeto. Luciano Siani, diretor-executivo de finanças, disse que os desembolsos do S11D vão se dar ao longo de cinco anos, com maior concentração em 2014 e 2015. Siani disse que a empresa trabalha com a expectativa de contar com o apoio do BNDES para o projeto. Mas a Vale também considera o interesse de agências de crédito internacionais no projeto, como JBIC, KFW e EDC.

A emissão da licença de instalação ocorre dois meses após a Vale obter autorização para construir o ramal ferroviário que ligará a mina de Serra Sul até a Estrada de Ferro Carajás (EFC), também controlada pela companhia. A construção desse ramal é fundamental para viabilizar o escoamento da produção adicional de Carajás. A partir da EFC, o minério seguirá por malha de 504 quilômetros até chegar ao terminal portuário de Ponta da Madeira, no Maranhão. O projeto S11D vai ampliar a extração e beneficiamento de minério no Complexo Minerador de Carajás, que está em operação desde 1985 nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, no Pará.

Ao todo, 13 técnicos do Ibama participaram do processo de licenciamento que permite a instalação do projeto. As avaliações ambientais resultaram na redução da área de desmatamento, que caiu de 2.591,5 hectares para 1.491,89 hectares. As exigências impostas pelo Ibama também incluíram a substituição do método convencional de lavra mineral, que costuma se apoiar em um forte fluxo de caminhões. No empreendimento, a Vale vai utilizar uma metodologia conhecida como “truckless”, que se baseia na utilização de esteiras e máquinas modulares para viabilizar a logística da mina. O licenciamento também exige a preservação integral de lagoas da região. “O projeto segue os mais modernos conceitos de sustentabilidade”, disse Vânia Somavilla. O processamento do minério será a seco, dispensando as barragens de rejeitos. A Vale terá que pagar uma taxa de compensação ambiental, cobrada pelo Ibama para qualquer tipo de empreendimento com impacto no meio ambiente. A taxa do S11D foi fixada em 0,5% do preço de referência estimado para o projeto, percentual mais alto utilizado na compensação. O valor estipulado chegou a R$ 47,6 milhões.

 

Projeto de R$ 10 bi da Petrobras recebe aval

A Petrobras recebeu sinal verde para tocar o projeto que prevê a exploração do Bloco BC-20, o chamado campo de Papa-Terra, localizado na área sul da Bacia de Campos, a uma distância aproximada de 83 km da costa da cidade de Arraial do Cabo, litoral do Rio de Janeiro.

A licença prévia ambiental, conforme adiantado na manhã de ontem pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, foi assinada pelo presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior. O documento atesta a viabilidade do empreendimento. Agora, cabe a Petrobras viabilizar um conjunto de medidas de mitigação de impacto socioambiental para conseguir a licença de instalação do empreendimento, que permitirá a implementação efetiva do projeto.

A viabilidade do empreendimento é crucial para o plano de expansão de exploração da Petrobras. Em seu pico de produção, o campo de Papa-Terra tem previsão de entregar 21.326 metros cúbicos de óleo por dia, o equivalente a 134,1 mil barris de petróleo, diariamente. Para se ter uma ideia do que esse volume representa, trata-se de 6,6% de todo o petróleo produzido no Brasil, tomando-se como referência a produção registrada até fevereiro passado.

Os investimentos para viabilizar o empreendimento são avaliados em cerca de R$ 10,7 bilhões. No Campo de Papa-Terra, está prevista a instalação de duas plataformas, a P-61 e a P-63, com distância de aproximadamente 350 metros entre as duas unidades. A plataforma P-61 produzirá óleo a partir da exploração de 13 poços. Esse óleo será enviado para a P-63, que terá mecanismos para processar e estabilizar o óleo, além de separar a água e o gás natural. O óleo processado será alocado em navios, enquanto a água produzida será tratada e descartada no mar. O gás associado será comprimido, desidratado e usado como combustível.

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