Ministro da Saúde golpista menospreza mulheres ao comentar saúde masculina

Ministro da Saúde golpista menospreza mulheres ao comentar saúde masculina

Ministro interino da Saúde revela machismo anacrônico enquanto mulheres se destacam no mercado de trabalhoPara o ministro da Saúde do governo golpista, Ricardo Barros, mulheres são seres belos, recatados e do lar. Barros, que não se cansa de suas declarações  em defesa das operadoras privadas de planos de saúde e defende o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS), destilou machismo por todos os poros nesta quinta-feira (11) e, mais uma vez, deu voz a todo o conservadorismo e misoginia do governo Temer. 

Para o ministro, homens têm menos tempo para ir ao médico porque trabalham mais do que as mulheres e são os provedores dos lares. Além de viver aparentemente, na década de 40, o ministro está errado, desinformado e fora da realidade. Dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as mulheres trabalham mais do que os homens. Em 2004, elas trabalhavam quatro horas a mais que eles por semana, quando se soma a ocupação remunerada e o que é feito dentro de casa. Em uma década, a diferença aumentou mais de uma hora. 

Em 2014, a dupla jornada feminina passou a ter cinco horas a mais, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Nestes dez anos, os homens viram sua jornada fora de casa cair de 44 horas semanais para 41 horas e 36 minutos. A jornada dentro de casa permaneceu em 10 horas semanais. 

Ex-ministro da Saúde e atual líder do PT, o senador Humberto Costa (PE) reagiu com humor em sua página no twitter: “Pense num ‘jênio’! Calado, é um poeta”. 

Competência e capacidade 

Como se esses argumentos fossem pouco, as brasileiras se destacam por sua competência e capacidade profissional.  Um bom exemplo é a estudante carioca Alice Cunha da Silva, de 25 anos. Ela venceu, nesta quinta-feira, a “Olimpíada Nuclear”. Trata-se de uma competição mundial de universitários promovida pela World Nuclear University. Alice desbancou outros quatro finalistas, em apresentação na sede da Agência Internacional de Energia Atômica, na Áustria. 

Depois de uma longa jornada para chegar à última fase, Alice, que está se formando em engenharia nuclear pela UFRJ, levou o troféu, com uma dissertação sobre a produção de radioisótopos (átomos vitais para a fabricação de remédios e marcadores radioativos usados no diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer). 

Atualmente, ela trabalha na unidade brasileira da Westinghouse, onde atua na área de “core engineering”, também dando apoio às operações da empresa no Brasil. Enquanto isso, acompanha as discussões sobre o futuro do Programa Nuclear Brasileiro, na expectativa de que o país tome as decisões necessárias logo, permitindo a ampliação deste setor e o desenvolvimento da indústria nacional. A efetivação das novas usinas nucleares, por exemplo. 

Em síntese, é bom o ministro-tampão da Saúde  reavaliar seus conceitos. 

 

Giselle Chassot, com agências de notícias

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