Senado

Governistas manipulam para impor reforma trabalhista

Oposição tentou impedir votação de urgência da matéria no plenário, mas acabou vencida por um quórum reduzido de parlamentares
Governistas manipulam para impor reforma trabalhista

A Oposição ainda tentou resistir, mas parlamentares governistas conseguiram aprovar, nesta terça-feira (4), um requerimento de urgência para acelerar a tramitação da reforma trabalhista (PLC 38/2017) no plenário do Senado. A matéria foi aprovada por 46 votos a 19, além de uma abstenção.

Antes da votação do requerimento de urgência, o senador Paulo Paim (PT-RS), falando em nome da bancada, orientou o voto contrário do PT à correria pretendida pelo governo. Ele lembrou que, desde a ditadura, nenhum presidente da República teve a “ousadia de encaminhar ao Congresso Nacional um projeto tão desumano, tão cruel contra o povo brasileiro”.

Após a aprovação do requerimento, o presidente da Casa, Eunício Oliveira, também definiu a tramitação da matéria no plenário. De acordo com Eunício, serão feitas sessões de debates sobre a matéria na quarta (5) e quinta-feira (6). Já o encaminhamento de voto – feito pelos líderes das bancadas – ocorrerá na próxima terça-feira (11), às 11h.

A intenção do governo era agilizar ainda mais a tramitação, garantindo a palavra para apenas dez parlamentares (cinco favoráveis e cinco contrários) durante o debate sobre a reforma trabalhista no plenário. Mas Eunício garantiu que todas as senadoras e senadores terão direito a discutir o tema.

Requerimento ignorado

Outro requerimento deveria ter sido apreciado pelo plenário do Senado, hoje. O documento foi aprovado pela manhã, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa, propondo a suspensão da tramitação do projeto da reforma trabalhista. A discussão sobre o tema, de acordo com o texto, só seria retomada quando a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF) analisarem denúncia contra Michel Temer apresentada pela Procuradoria-Geral da República, que acusa o chefe do governo de ter cometido crime de corrupção passiva.

O requerimento deveria ser lido antes do início da sessão deliberativa desta terça para ser votado. Mas o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), então presidindo os trabalhos, não leu o documento e ainda se comprometeu a fazê-lo “oportunamente”. Diante do modo golpista de lidar com um tema tão importante para o País, a presidenta do PT Nacional, senadora Gleisi Hoffmann (PR), pediu ao menos que o texto fosse dado como lido.

“Como procedo quando a mesa não cumpre a palavra?”, provocou Gleisi, pouco antes da base aliada do governo Michel Temer aprovar a urgência de tramitação da reforma trabalhista.

To top