Paim conclama cruzada nacional pela segurança no trabalho

Paim conclama cruzada nacional pela segurança no trabalho

O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDH) do Senado, quer realizar, como ele mesmo denomina, uma cruzada nacional de combate aos acidentes e doenças do trabalho no País. O senador vai organizar um seminário nacional sobre o tema, no Senado Federal, para debater a segurança do trabalhador e buscar soluções. “A situação da segurança do trabalhador hoje é gravíssima. E é um assunto que não tem recebido a atenção devida das autoridades competentes”, reclamou Paim.

O senador quer reunir representantes das centrais sindicais, do empresariado, do governo e dos Poderes Legislativo e Judiciário.  O objetivo é manter o tema em destaque para sensibilizar as autoridades.

Hoje, no Brasil, cerca de três mil trabalhadores morrem por ano em acidentes de trabalho. De acordo com as centrais sindicais, esse número pode chegar a 10 mil por ano, porque as estatísticas só contabilizam os trabalhadores devidamente registrados, deixando de lado aqueles que trabalham por conta própria, os terceirizados e os informais. Os acidentes de trânsito, que provocam até 40 mil mortes por ano, também não são compilados nas estatísticas de acidentes de trabalho.

Doenças
Hoje, existem cerca de 200 doenças vinculadas ao trabalho, que matam ou incapacitam os trabalhadores. Na audiência pública, realizada nesta quinta-feira (15/03), na Comissão de Direitos Humanos, os trabalhadores denunciaram os frigoríficos de frangos, que estabelecem metas de produção  pesadas para os trabalhadores.Um deles, o Seara, chega a exigir que cada trabalhador desosse de quatro a seis peitos de frango por minuto.

Durante a audiência pública, foi debatido também o acidente no curtume de Bataguassu, no estado do Mato Grosso e de propriedade do mesmo grupo do Seara, que matou quatro trabalhadores e intoxicou mais 28. Durante o manuseio do ácido dicloro propiônico, utilizado na retirada de pelos do couro, houve uma reação química que queimou todo o oxigênio do ar no local.

“De acordo com os representantes do curtume, já está sendo estudada a criação de outro produto para substituir o ácido dicloro propiônico. Existe um movimento, na Alemanha, em busca de outras alternativas, porque esse produto químico já gerou diversos acidentes”, afirmou o senador Paulo Paim.

Eunice Pinheiro

Ouça a íntegra da entrevista do senador Paulo Paim

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