Para Aníbal, sociedade precisa fazer sua parte no combate à violência

Senador acredita que a crescente violência pode ser combatida com uma política social consistente.

 

 Aníbal mostrou-se chocado com agressão
covarde sofrida por professor em shopping
de Brasília (Agência Senado)

Para combater a crescente violência, é preciso apostar em uma política social “consistente, estável e continuada, com mais investimentos na área de educação, saúde e melhoria do mercado de trabalho”, avalia o senador Aníbal Diniz (PT-AC). Na tarde da última terça-feira (25), o senador manifestou, em plenário, seu “mais profundo repúdio e indignação aos crescentes casos de violência entre jovens e adultos, que, mesmo reunidos em locais de celebração ou alegria, como shoppings, festas ou jogos de futebol, protagonizam ações de pura selvageria”.

Aníbal confessou-se chocado com a agressão ao professor de Educação Física Lucas Silva Lopes Xavier, de 27 anos, brutalmente espancado por dois jovens—de 20 e de 21 anos—no shopping Píer 21, em Brasília. Na véspera desse pronunciamento, o senador acriano já havia manifestado preocupação com a dificuldade que muitos jovens de hoje demonstram no enfrentamento de suas frustrações e limites, “ao acreditarem que tudo podem, porque, supostamente, tudo merecem”. O professor Lucas foi a quinta vítima, em quatro casos de linchamento, em apenas uma semana.

“Quando dois sujeitos, supostamente educados – um deles, inclusive, é estudante universitário –, bebem, ofendem e se sentem no direito de espancar quase até a morte outra pessoa, ainda por cima já desmaiada, considero que isso, além de ser uma atitude das mais covardes, é uma tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima”, afirmou Aníbal. “Estamos diante de um quadro de violência que precisa cada vez mais de medidas contundentes”.

O senador citou dados do “Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude do Brasil”, segundo os quais, 40% das mortes de jovens com idades entre 15 e 24 anos, no Brasil, foram decorrências de assassinatos. Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, “a violência impede que parte significativa dos jovens brasileiros usufrua dos avanços sociais e econômicos alcançados na última década e revela um inesgotável potencial de talentos perdidos para o desenvolvimento do País”. 

Ação governamental
Aníbal destacou as ações do Governo Federal para enfrentar o problema, como o lançamento, em setembro de 2012, do plano Juventude Viva, “uma iniciativa que busca ampliar direitos e prevenir a violência que atinge a juventude brasileira, principalmente jovens negros”. A iniciativa articula diversos ministérios, municípios, estados e sociedade civil no enfrentamento da violência, em especial aquela exercida sobre os jovens e na promoção da inclusão social de jovens em territórios atingidos pelos mais altos índices de vulnerabilidade.

“Mas essa iniciativa, extremamente importante, não bastará se não insistirmos – governo, pais e mestres – em uma educação que tenha por princípio o respeito, a tolerância e o bom exemplo”, alerta o senador acreano. “É preciso que, em casa, pais e professores imponham limites; que, em salas de aula, professores e alunos discutam cada vez mais temas como o bullying, a discriminação e o funcionamento do sistema de Justiça”.

Ele pede uma profunda reflexão e tomada de atitude de toda a sociedade para enfrentar a questão. “O que assistimos hoje é a violência como prática gratuita de jovens contra jovens, de jovens contra idosos. Há, inclusive, uma parte dos jovens que não apenas praticam, mas que gostam de exercer a violência”, afirmou, citando o antropólogo Gilberto Velho, que há dez anos realiza pesquisas qualitativas com vítimas da criminalidade. “É o caso do que aconteceu em Brasília: jovens que, aparentemente, gostam de praticar a violência e provocar o sofrimento nas outras pessoas”.

Aníbal lembra que a segurança pública é uma atribuição constitucional dos estados, “mas não se pode excluir nenhuma contribuição federal, municipal, estadual ou familiar” na busca de soluções. “Nós não podemos, simplesmente, concordar com esse comportamento; temos que nos indignar, protestar e tentar encontrar um meio de conter essa violência desenfreada”, concluiu.

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