Presente pra rico

Para aprovar reformas, Temer perdoa dívidas bilionárias

Mesmo com discurso de País quebrado, golpista acena com anistia de dívidas estratosféricas
Para aprovar reformas, Temer perdoa dívidas bilionárias

Foto Lula Marques/Ag. PT

Para aprovar a Reforma da Previdência, o presidente Michel Temer (PMDB) negocia o perdão de dívidas previdenciárias bilionárias com municípios, empresários e produtores rurais. Com isso, busca ampliar apoio da sua base parlamentar.

São três projetos em negociação. Segundo o deputado Enio Verri (PT-PR), com essa atitude, o golpista fortalece a tese de que a Previdência não sofre com problema de caixa e que a reforma tem outros objetivos. “A preocupação de Temer não é com a Previdência e, sim, em pagar a conta do golpe”, afirmou ele. Temer literalmente perdoa a dívida dos mais ricos para tirar direitos dos mais pobres.

Nessa terça-feira (16), o presidente assinou uma Medida Provisória que dá um desconto de 25% nos encargos e multas, além de reduzir 80% dos juros das dívidas previdenciárias dos municípios. O valor total das dívidas pode chegar a R$ 75 bilhões. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, a anistia pode chegar a R$ 30 bilhões.

Além disso, negocia o perdão das dívidas do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), o equivalente a cerca de R$ 10 bilhões de reais. A medida agrada à bancada ruralista, já que beneficia sobretudo os produtores e proprietários rurais.

A preocupação de Temer não é com a Previdência e, sim, em pagar a conta do golpe (Enio Verri)

Outro agrado, ainda em negociação, é o Refis, ou Programa de Regularização Tributária. Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, Temer negocia flexibilização ainda maior do programa de perdão de dívidas a empresas. Segundo Verri, o agrado à empresas se estende aos deputados apoiados por elas, e que já vislumbram apoio na campanha de 2018.

“É escandaloso isso”, afirma Miguel Rossetto, ex-ministro da Previdência Social de Dilma Rousseff. “Um governo que busca destruir políticas públicas sob o argumento de que não há receita pública e destrói a receita pública de forma imoral”, diz. “Estimula, permite e autoriza que os ricos não paguem seus impostos”.  Segundo ele, isso deve ser combatido e denunciado.

Para Rossetto, o governo demonstra assim a falácia da reforma da Previdência e da PEC 55. Na aprovação de ambas, foi utilizado o argumento das contas públicas quebradas para aprovar a retirada de direitos.

“O governo deveria ter como prioridade recuperar através do combate à sonegação, e não o contrário”, diz ele.

O também ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas afirmou que é uma enorme contradição. “Quem está em dificuldade financeira não perdoa ou alonga os prazos de cobrança”, explica.

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