Para Humberto, inveja e medo de Lula em 2018 inspiram denúncias requentadas

Humberto:” Só posso recomendar a essa gente que vá chorar suas pitangas lá no busto que ergueram em homenagem ao presidente Lula nos jardins da Organização dos Estados Americanos, em Washington”O líder do PT, Humberto Costa (PE), parabenizou o ex-presidente Lula pelas expressivas homenagens que recebeu na Itália, na semana passada. Em pronunciamento ao plenário, nesta quarta-feira (10), o senador também agradeceu ao povo e às autoridades italianas “pelo apreço e pelo carinho com que receberam um dos maiores líderes mundiais”.

Em Roma, Lula foi agraciado pela prefeitura da cidade com sua homenagem máxima, a Lupa Capitolina, alusão à Loba mitológica que teria amamentado Rômulo e Remo, que a lenda consagra como fundadores da cidade. O ex-presidente também foi homenageado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, que realizava sua 39ª conferência na capital italiana—reunião que reelegeu o brasileiro José Graziano para a diretoria-geral da instituição.  Além disso, Lula foi convidado de honra do Fórum de Ministros da Agricultura, realizado na Expo Milão 2015, uma feira de grande relevância mundial.

Inveja e denúncias
“Em todos os eventos, em todos os encontros de que participou seu assunto não foi outro senão o combate à fome, a diminuição da pobreza, o exemplo brasileiro que atualmente é referência para todo o planeta”, relatou Humberto. “E levar essas nossas experiências exitosas ao mundo talvez cale fundo na alma de muitos grandes egos nacionais. Talvez solape muitas vaidades refinadas e exacerbadas deste País”, avaliou o senador, para quem a inveja, “um dos mais baixos e mesquinhos dos sentimentos humanos”, está na raiz da movimentação para ressuscitar um tema “vencido, velho e bolorento – como tudo o que representam alguns setores atrasados e reacionários deste país”, que é a tentativa de desqualificar e criminalizar as contribuições feitas por algumas empresas ao Instituto Lula.

“Fazem ilações sobre recursos recebidos pelo Instituto Lula. Recursos que custearam palestras do presidente sobre estudos e compartilhamento de políticas públicas dedicadas à erradicação da pobreza e da fome no mundo; doações e pagamentos que foram devidamente contabilizados, declarados e tiveram os impostos devidos recolhidos”. O assunto é velho, já foi ventilado pela grande mídia—e devidamente respondido por Lula — em 2013.

Doações da Sabesp a FHC
“Só posso recomendar a essa gente que vá chorar suas pitangas lá no busto que ergueram em homenagem ao presidente Lula nos jardins da Organização dos Estados Americanos, em Washington. Aliás, a única personalidade viva homenageada lá”, rebateu Humberto. “Aproveitem, também, para mostrar a prestação de contas do Instituto Fernando Henrique para que o Brasil conheça os investidores dos modelos anacrônicos que fizeram grassar as mazelas sociais neste país”.

O líder do PT lembrou a doação de R$ 500 mil recebida da Sabesp—empresa de abastecimento de água de São Paulo —, em  2007, pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso. “Vejam bem: o instituto do ex-presidente tucano, que funciona em São Paulo, recebeu de uma estatal administrada pelo governo tucano do estado de São Paulo meio milhão de reais para financiar as suas atividades”. O senador destacou que a doação, por si só, não caracteriza ilegalidade, mas repudia a política dos dois pesos e duas medidas que tenta criminalizar contribuições similares ao Instituto Lula. Em todo o mundo, é comum que empresas contribuam com as fundações mantidas por ex-chefes de Estado, como Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico, ou a Fundação Mandela, fundada pelo ex-presidente da África do Sul. “É uma forma de estruturação e de participação política de instituições que contribuem para o aperfeiçoamento do diálogo em termos internacionais”, apontou.

Humberto acredita que mais esse ataque será uma nova tentativa frustrada da oposição de vincular Lula “a malfeitos que o povo brasileiro sabe que jamais foram da sua índole e da sua prática”.  Sobre a doação da Sabesp a FHC, o senador destaca a ironia de que os recursos venham dessa empresa, subordinada a governos tucanos — “que meteram São Paulo na maior crise de abastecimento da sua história”—recursos da ordem de R$ 500 mil para “irrigar o instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.

Para Humberto, os recursos com certeza financiaram contribuições para o debate político no Brasil e no mundo. “Mas seguramente nenhuma das palestras de FHC foi sobre segurança hídrica, porque disto também – e São Paulo é testemunha – os tucanos não entendem. São mais hábeis em retirar recursos de onde se precisa, como a área do abastecimento, para destinar a outras áreas”.

Para Humberto, a preocupação dos tucanos e de seus aliados têm origem em dois fatores: na pressão e no calendário. “Na pressão [arterial] de 120/80, que demonstra a excelente saúde de que goza hoje o ex-presidente Lula. E no calendário, porque sabem que 2018 vem aí”. Para o senador, depois de fracassar na tentativa de derrotar Dilma em 2014 e de realizar o impedimento da presidenta vai se somar à incapacidade de impedir que Lula seja candidato em 2018. “Mas se acalmem, porque faltam ainda quatro anos para esse momento chegar e, nesse período, a minha recomendação é muito chá de camomila, muita ginástica para que vocês cheguem lá com a mesma saúde e com, pelo menos, alguma proposta a apresentar ao povo brasileiro”, afirmou. 

Fatos que devem ser lembrados

Em seu pronunciamento, Humberto lembrou uma série de fatos, números e dados que comprovam a diferença entre o governo tucano e os governos petistas. Em 2003, por exemplo, quando Lula tomou posse, mais de 50 milhões de pessoas – quase um terço da população, na época – viviam com menos de US$1 por dia, abaixo, portanto, da linha de extrema pobreza, segundo todos os critérios internacionais. “Viviam sujeitas à fome e às doenças da subnutrição. E, no Brasil, a fome majoritariamente atingia a população negra”, destacou o senador.

Com a decisão do governo petista de virar a página “insensata e sombria do neoliberalismo” e de implementar um novo modelo de desenvolvimento, baseado na inclusão social, o combate à fome e à pobreza foi colocado no centro da agenda do País. Com menos de dois anos de governo, o Brasil já havia retomado o crescimento econômico, reduzido drasticamente a inflação, expandido as exportações e o mercado interno, aumentado os salários, democratizado o acesso ao crédito e criado políticas permanentes de transferência de renda para os pobres, “que deixaram de ser vistos como problema e passaram a ser tratados como parte fundamental da solução”, frisou o senador. “O resultado dessa nova estratégia de desenvolvimento foi que o Brasil conseguiu vencer a fome, e, em 2014, as Nações Unidas, por meio da FAO, declararam o nosso País livre dessa terrível mazela”.

“Mais de 36 milhões de pessoas foram libertadas dos grilhões da extrema pobreza. Mais de 40 milhões de brasileiros ascenderam ao padrão de renda e de consumo da classe média, no maior processo de mobilidade social da nossa história”, lembrou Humberto. Além disso, 22 milhões de novos empregos formais foram criados, apesar do impacto da crise internacional iniciada em 2008.

No campo da educação, os governos petistas inauguraram 18 novas universidades públicas e 148 novos campi universitários. O contingente de estudantes no nível superior passou de 3,5 milhões para mais de sete milhões. Foram criadas 365 novas escolas técnicas de nível médio, “o triplo do que havia sido feito durante todo o século anterior”, apontou o senador. “O orçamento do Ministério da Educação, que não passava de R$22 bilhões quando Lula assumiu a Presidência, passou para R$103 bilhões no fim do seu governo”.

O líder do PT destacou, ainda, o papel da presidenta Dilma, que vem dando continuidade à luta pela melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e às políticas públicas transformadoras, implementando o Minha Casa Minha Vida, criando o Pronatec, o Ciência Sem Fronteiras “e tantos outros programas, que têm sido uma verdadeira revolução no Brasil”.

Cyntia Campos

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