Paulo Paim lamenta alto índice de acidentes e mortes de trabalhadores no País

Paulo Paim lamenta alto índice de acidentes e mortes de trabalhadores no País

Paim: “Nossa mortalidade no trabalho é comparada a uma guerra”O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou, nesta segunda-feira (30), em discurso da tribuna do Senado, de um tema que, segundo ele, “lhe é muito caro”: o combate aos acidentes no trabalho. O senador fez uma homenagem aos profissionais da segurança do trabalho, que, em sua rotina, evitam milhares de mortes e acidentes dos trabalhadores pelo País.  

O parlamentar mostrou preocupação com a situação do trabalhador brasileiro em comparação com a situação vivida em outros países, incluindo conflitos armados. Entre 2007 e 2013, de acordo com dados da Previdência Social, ocorreram mais de cinco milhões de acidentes de trabalho no Brasil. “Calculem os outros tantos milhões que não foram denunciados, que não estão nas estatísticas”, observou.

Paim relatou que quase 100 mil trabalhadores, nesse período, ficaram incapacitados de modo permanente e mais de 19 mil perderam a vida no ambiente de trabalho.

“Nossa mortalidade no trabalho é comparada a uma guerra”, disse o senador, ao comparar com o conflito entre israelenses e palestinos que matou 2,3 mil pessoas em 2014. No Brasil, no mesmo ano, os acidentes de trabalharam vitimaram três mil trabalhadores. “Ao que tudo indica, o conflito entre israelenses e palestinos são menos letais que o chão de fábrica no Brasil”, lamentou.

De acordo com dados do sociólogo José Pastore, citados pelo senador, os custos vinculados aos acidentes e doenças do trabalho alcançaram o custo de R$ 71 bilhões em 2009. “Se não tivéssemos tantos acidentes, esses R$ 71 bilhões dariam para garantirmos, na íntegra, o fim do fator previdenciário, a desaposentadoria e garantir o aumento real das aposentadorias e pensões”, disse.

O senador apontou a fiscalização insuficiente, por parte do poder público, como uma das principais causas do índice elevado de acidentes. De acordo com ele, são menos de três mil servidores destinados a fiscalizar a atividade de quase 100 milhões de trabalhadores.

“Tal carência de profissionais favorece a perpetuação de práticas inadequadas em ambientes laborais inseguros para os trabalhadores”, criticou. “A saúde do trabalhador, infelizmente, nesse País, é considerada copo descartável. É secundária”, emendou.

A terceirização da mão-de-obra foi apontada pelo senador como outra ameaça a segurança do trabalhador. Ele citou estudo do Dieese, cuja conclusão é a de que os trabalhadores terceirizados estão mais propícios a acidentes e mortes no trabalho do que aqueles que são alvo de contratação direta. “Isso se explica, por um treinamento inadequado dos terceirizados. Porque [as empresas] não querem investir no lucro. A prioridade é o lucro, e não as vidas”, criticou.

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