Prefeitos repudiam impeachment e dizem que processo desestabiliza País

Prefeitos repudiam impeachment e dizem que processo desestabiliza País

Para prefeitos, análise do pedido de afastamento da presidenta está “eivada de vícios, o que denota condução desvirtuada do processo”A presidenta Dilma Rousseff recebeu, nessa segunda-feira (14), no Palácio da Alvorada, um grupo de prefeitos de 14 capitais, que veio prestar solidariedade à presidenta e manifestar seu repúdio ao acolhimento do pedido de abertura de impeachment contra ela, ocorrido no dia 2 de dezembro último. 

Os prefeitos afirmaram que o Brasil deve “respeitar a vontade da população que conferiu à presidenta da República o exercício de seu mandato” e que Dilma tem “demonstrado retidão institucional e compromisso público no exercício de suas funções”. 

“Vale ressaltar que a análise do pedido de afastamento se inicia eivada de vícios, o que denota condução desvirtuada do processo”, acrescentaram. 

Eles alertaram ainda que as dificuldades pelas quais passa o Brasil não serão superadas a partir do desrespeito à ordem constitucional. “Pelo contrário, um processo com essas características fere e desestabiliza o País”. 

E defenderam um diálogo nacional baseado no respeito à civilidade democrática e ao resultado das urnas nas últimas eleições. 

Confira abaixo a íntegra da nota “Em Defesa das instituições Brasileira”: 

Nós, prefeitos de capitais brasileiras, repudiamos o acolhimento do pedido de abertura de impeachment contra a presidenta da República, acatado pelo presidente da Câmara Federal. 

Devemos respeitar a vontade da população que conferiu à presidenta da República o exercício de seu mandato. A presidenta Dilma Rousseff tem demonstrado retidão institucional e compromisso público no exercício de suas funções. 

Vale ressaltar que a análise do pedido de afastamento se inicia eivada de vícios, o que denota condução desvirtuada do processo. Por isso, os efeitos foram responsavelmente suspensos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) até a decisão do Plenário daquela instituição. 

A banalização do uso do dispositivo legal do impeachment fragiliza as instituições e atenta contra a democracia. No pedido acolhido pela Presidência da Câmara dos Deputados não há atos ou fatos que respaldem o início de um processo dessa natureza. A peça se apoia em ilações e suposições que tentam, sem consistência jurídica, imputar responsabilidade à presidenta da República, como em pedidos rejeitados anteriormente. 

As dificuldades pelas quais passa o Brasil não serão superadas a partir do desrespeito à ordem constitucional. Pelo contrário, um processo com essas características fere e desestabiliza o País. 

Por fim, acentuamos que o diálogo nacional deve se apoiar primordialmente no respeito à civilidade democrática e ao resultado das urnas nas últimas eleições.

 

Brasília, 14 de dezembro de 2015,

 

Alcides Bernal,

Prefeito de Campo Grande;

 

Carlos Eduardo Alves,

Prefeito de Natal;

 

Edivaldo Holando Junior,

Prefeito de São Luís;

 

Fernando Haddad,

Prefeito de São Paulo;

 

José Fortunati,

Prefeito de Porto Alegre;

 

Marcus Alexandre,

Prefeito de Rio Branco;

 

Roberto Cláudio,

Prefeito de Fortaleza;

 

Carlos Amastha,

Prefeito de Palmas;

 

Clécio Luiz,

Prefeito de Macapá;

 

Eduardo Paes,

Prefeito do Rio de Janeiro;

 

Gustavo Fruet,

Prefeito de Curitiba;

 

Luciano Cartaxo,

Prefeito de João Pessoa;

 

Paulo Garcia,

Prefeito de Goiânia;

 

Teresa Surita,

Prefeita de Boa Vista.

 

Fonte: Blog do Planalto

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