PT vai à Justiça contra fraude do DEM que incriminou Fernando Pimentel

Fraude cometida contra Fernando Pimentel em Minas pode ter acontecido também em outros estadosO que era, a princípio, fraude eleitoral que beneficiou o candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, num enredo que incluiu a invasão, pela PF, do apartamento de do ex-ministro e agora governador em Brasília, com ampla cobertura da mídia, revelou-se, ao final, mais uma armação contra o PT. Além do prejuízo moral, que agora será cobrado na Justiça por ressarcimento, duas instituições, o episódio chamuscou a credibilidade da Polícia Federal e da imprensa, principalmente porque não é a primeira vez em que as duas instituições cometem erros grosseiros de investigação.

O Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais anunciou, na tarde desta quinta-feira (11), que vai solicitar à Justiça mineira abertura de investigações contra a contadora Rosilene Alves Marcelina por fraude na prestação de contas da candidata a vereadora pelo PT em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, Helena Ventura. A petista foi candidata nas eleições de 2014, mas somente agora, devido às investigações da Polícia Federal na Operação Acrônimo, a fraude foi descoberta. A contadora, filiada ao DEM, adulterou a prestação de contas da petista, fornecendo a base para denúncias contra o PT no estado.

Rosilene declarou na prestação de contas de Helena à Justiça Eleitoral despesas de campanha de R$ 36,2 milhões em procedimento cujo valor não passou de R$ 750. A descoberta acabou levantando a suspeita da PF de que Helena era “laranja” do PT em negócios com o empresário do setor gráfico Benedito Rodrigues, investigado pela operação.

Após Rosilene ter confessado o “erro” no preenchimento da prestação de contas, segundo reportagem veiculada hoje pelo jornal “O Tempo”, o PT levantou suspeita que tudo não tenha passado de fraude contra o partido.

A suposta existência de uma enfermeira “laranja” (Rosilene), que teria ajudado a injetar milhões de reais em doações não declaradas no PT-MG durante as últimas eleições, foi alardeada pela revista “Veja” do último fim de semana.

A confissão de Rosilene mostra que não é verdade que a enfermeira e candidata petista seja “laranja” do PT mineiro, tampouco que a candidata tenha feito repasse de dinheiro ao empresário gráfico Benedito Rodrigues no valor de R$ 36,2 milhões, supostamente destinado à legenda.

Helena é funcionária de carreira do governo de Minas há 30 anos, com salário de R$ 2 mil. Já Rosilene é filiada ao partido que faz oposição ao PT, o Democratas (DEM).

O erro de preenchimento na prestação de contas multiplicou em mais de 48 mil vezes o montante efetivamente pago pela candidata por um pequeno serviço à gráfica do Bené, como é conhecido o Benedito: a impressão de santinhos e selinhos políticos de colagem.

A assessoria do PT mineiro informou que a contadora fez a declaração em que esclarece o erro, para encaminhar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na quarta-feira (10). O partido esclareceu, no entanto, que a descoberta de que a contadora é dos quadros do DEM o levou a requerer a apuração dos fatos pelo partido.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou, na quarta-feira (10), que pode ter havido erro da Polícia Federal na ação que prendeu Benedito. A operação fez buscas e apreensões no apartamento usado por Pimentel e sua mulher, a jornalista Carolina Oliveira, em Brasília.

“Investigações existem, elas têm acerto, têm erros e por isso existe o direito de defesa”, afirmou o ministro, após encontro com Pimentel.

Leia a nota do PT-MG na íntegra:

“O Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais vai pedir à Justiça a abertura investigação para apurar suspeita de fraude de que foi vítima a ex-candidata a deputada estadual pelo PT, Helena Maria de Souza.

De acordo com informações divulgadas na edição do Jornal O Tempo, desta quinta, 11/6, as contas de campanha de Helena Maria podem ter sido adulteradas pela contadora Rosilene Alves Marcelino. Filiada ao DEM e com atuação intensa nas redes sociais contra o PT e seus filiados, a contadora disse ter cometido um erro.

Mas o que, a princípio, o próprio PT-MG tratou como um erro pode ser um grave crime. A suposta fraude tem sido fartamente utilizada por nossos adversários contra os filiados do PT.

Caso seja confirmada a prática de crime eleitoral, os responsáveis, inclusive eventuais mandantes, devem ser exemplarmente punidos.

O secretário de Comunicação do PTMG, deputado estadual Ulysses Gomes, apresenta hoje, 11/6, às 16h, representação junto ao Ministério Público Eleitoral, na Av. Prudente de Morais, 100, Cidade Jardim – TRE/MG.

Cida de Jesus, presidente Estadual do PT de Minas”

(Com informações da Agência PT de Notícias)

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