Rio+20: sucesso da conferência depende das metas

Para ONU, mundo espera um plano de ações capaz de modificar os atuais padrões insustentáveis de consumo. Brasil é um exemplo a ser seguido.

Rio+20: sucesso da conferência depende das metas

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) pode “mudar a vida das pessoas, principalmente as mais pobres”, de acordo com o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang. Ele acredita que só as ações conjuntas de proteção ao meio ambiente e desenvolvimento econômico e social são capazes de garantir “um futuro muito melhor para todos”. O secretário falou, nesta quinta-feira (08/03), sobre os preparativos da Rio+20 na audiência pública das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado.

Sha Zukang afirmou que a expectativa sobre o evento é muito grande. Segundo ele, o mundo espera que o resultado final da Rio+20 seja um plano de ações capaz de modificar os atuais padrões insustentáveis de consumo. “Não precisamos de mais palavras, precisamos de ações que promovam mudanças. Hoje o mundo consome três vezes mais recursos naturais que o planeta proporciona”, observou.

O secretário ainda ressaltou que o Brasil é um exemplo a ser seguido, graças ao desenvolvimento econômico baseado na inclusão social e as legislações ambientais existentes. Na mesma linha, o senador Jorge Viana (PT-AC), integrante da Comissão Temporária Externa que representará o Senado na Conferência, recordou que o País atingiu em 2012 o menor nível de desigualdade desde 1960. “O Brasil é referência em diminuição de desigualdade. Alcançamos agora o menor índice”, disse.

A fala de Viana teve como base a pesquisa “De volta ao País do Futuro”, realizada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV), que avaliou dados de 2003 a 2014. Os dados mostram que a pobreza caiu em um ritmo três vezes mais rápido do que da meta do milênio da ONU e que a renda do trabalhador brasileiro continua aumentando. No Brasil a desigualdade cai há 11 anos em um ritmo de 7,9% ao ano.

O evento

A Rio+20 ocorrerá entre os dias 13 e 22 de junho de 2012. Ela acontece 20 anos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), mais conhecida como Rio92. Os dois temas em foco na Conferência serão: uma economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável.

A Conferência será divida em três fases. Na primeira, de 13 a 15 de junho, ocorrerá a última sessão do comitê preparatório para discutir o texto final do encontro. Entre 16 e 19, haverá atividades dedicadas apenas a sociedade civil. E nos três último dias (20, 21 e 22), as reuniões serão com os chefes de Estado e Governo.

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O representante da ONU prevê que o evento reunirá cerca de 60 mil pessoas e 120 chefes de estado. Números que, para o senador Lindbergh Farias (PT-RS), estão sendo levados em conta pelos governos estadual e municipal do Rio de Janeiro para organizar a infraestrutura. Mas o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, que faz parte do comitê organizador da Rio+20, considerou que a complexidade não é apenas logística.

Para ele, o fato mais impressionante é a ousadia da Conferência em relação ao multilateralismo. “A conferência em si é uma inovação do nosso engajamento para solucionar problemas globais. Todos tem voz, se manifestam e contribuem para criar e conformar seus próprios destinos. Não há sustentabilidade com fome, sem o crescimento da economia e sem a proteção ambiental. Essa é a agenda do século XXI que queremos manter, sustentar e estabelecer claramente”, constatou.

Catharine Rocha

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