Risco de racionamento de energia é seis vezes menor que em 2001

Risco de racionamento de energia é seis vezes menor que em 2001

Cenário é diferente devido à diversificação da matriz e da maior capacidade de transmissão

Mesmo com consumo 58,15% maior do que
em 2002, investimentos em novas usinas,
novas fontes e melhoria na transmissão
garantem abastecimento de eletricidade

O risco de racionamento de energia elétrica no Brasil é seis vezes menor do que em 2001. Essa afirmação é do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que hoje representou a pasta no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico. Categoricamente, Zimmermann afirmou que não há necessidade de medida adicional para garantir o fornecimento diante dos baixos níveis dos reservatórios.

“O sistema na época estava desequilibrado. Hoje, ele é equilibrado e qualquer um pode observar [na comparação da série histórica] que os riscos chegavam a ser seis vezes maiores do que são agora”, disse o ministro. Zimmermann acrescenta que amanhã, na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, serão divulgados mais detalhes sobre os riscos de déficit no sistema elétrico após o fim do período chuvoso.

No Nordeste, onde o risco em maio de 2001 chegou a 44,4% na série histórica, o valor atual é zero. Na série sintética, a diferença é semelhante, de 44% para 1,9%. Para 2015, Zimmermann afirma que também não há necessidade de medidas diferentes. “Pelos dados de maio, também não está caracterizada nenhuma situação além do alerta atual”, justifica.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, fez uma avaliação parecida com a de Zimmermann, ao mencionar que o aumento da capacidade instalada e a diversificação da matriz energética contribuem para o menor risco, apesar da situação climática semelhante.

“Temos uma situação estrutural totalmente distinta de 2001”, disse o presidente ao destacar ainda a capacidade das linhas de transmissão, que dobrou. “Em 2001, sobrou energia no Sul, mas não havia capacidade de transmiti-la para o Sudeste. Aumentou-se enormemente a capacidade de intercâmbio entre as regiões”, explicou Tolmasquim.

Consumo cresce

Dados da EPE sobre o consumo de energia no Brasil mostram que a crise energética só existe nos pensamentos da oposição e de parte da mídia. Em 2013, o consumo no País foi de 463.740 Gigawatts (GWh). Esse valor é 58,15% acima do consumo existente em 2002, auge do racionamento tucano no setor elétrico.

Interessante é notar que a partir de 2003, com os investimentos em novas usinas, novas fontes e melhoria na transmissão, toda a sociedade passou a contar com energia de sobra. Nesse período, com a melhoria da renda das pessoas, que passaram a poder contar com equipamentos eletroeletrônicos em suas residências, o crescimento do consumo residencial subiu, nada mais, nada menos, do que 71,7%, chegando a 124,8 mil GWh.

Apesar de a mídia repetidas vezes afirmar que o setor industrial vai mal das pernas, os números do consumo mostram o contrário. O consumo das indústrias chegou a 184,595 GWh em 2013 ante 130,9 GWh de 2002. O aumento foi de 40,99%. O consumo comercial, por conta do crescimento do setor, correspondeu a 184,6 GWh em 2013, um aumento de 84,55% em relação a 2002. Outros segmentos cresceram o consumo em 58,97% nesse período.

Entre 2000 e 2002, auge do racionamento e dos sucessivos apagões que levaram o governo tucano a criar um gabinete de crise, o consumo de energia caiu significativamente. Em 2000, por exemplo, o Brasil consumiu 307,5 GWh e em 2001 a marca foi de 283,3 GWh, uma queda de 7,9%. O consumo residencial nesse período caiu 11,9% e o consumo industrial e comercial 6,7%, respectivamente, por conta do racionamento e pelo incentivo governamental de não se gastar energia.

Marcello Antunes, com informações da Agência Brasil

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