Senadores do PT comemoram nível histórico da taxa de juros

O líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE) e o senador Anibal Diniz (PT-AC) comemoraram a nona queda consecutiva da Taxa Selic anunciada na noite de quarta-feira (29/08) pelo Banco Central, reduzindo de 8% para 7,5% ao ano os juros que servem de parâmetro para as operações de crédito, a mais baixa taxa da história.  “O movimento para reduzir os juros foi iniciado há um ano e comprovou que a presidenta Dilma estava certa, ao contrário das vozes do mercado e da mídia, que afirmavam ser impossível baixar a Taxa Selic para um patamar menor que os 12,5% ao ano que vigoravam até então”, disse José Pimentel.

Segundo o líder, essas vozes não só estavam erradas como também não acertaram as previsões de que o governo jamais conseguiria alterar a fórmula de rendimento das cadernetas de poupança. A mudança, estabelecida por medida provisória já convertida em lei, determinou que a rentabilidade da poupança, a partir de maio, passasse a corresponder a 70% dos juros da Taxa Selic, quando esta estivesse abaixo de 8,5% ao ano. “O que se notou, na prática, foi o aumento dos valores aplicados na poupança. Fuga de depósitos, de fato, não houve”, destacou Pimentel.

“Os juros chegaram a 7,5% porque a poupança tinha uma fórmula de cálculo que significava uma barreira para reduzir a Taxa Selic. Lembro que os neoliberais posicionaram-se contra as mudanças e alarmaram que a alteração do critério de cálculo resultaria na fuga dos depósitos mantidos na mais segura e popular modalidade de investimento”, lembrou Pimentel. “E isso não ocorreu.  Na verdade, a voz escondida sob o manto do mercado falava em nome de 12 mil rentistas dependentes dos juros altos, saudosos dos tempos que o Fundo Monetário Internacional (FMI) era uma espécie de síndico da situação econômica brasileira”, resumiu o senador.

O líder observou que quando o presidente Lula assumiu seu mandato conferido pelo povo em 2003, uma das primeiras medidas foi quitar a dívida com o FMI. Hoje o Brasil é credor do fundo. Mas isso não é menos importante do que a inflexão promovida na política econômica pelo presidente Lula e que segue com a presidenta Dilma. Ele lembra que em 2003 a Taxa Selic era de 26,32% ao ano e, quando se descontava a inflação, os juros reais garantidos para os rentistas correspondiam a 16,41%.

“Essa taxa de juros era imoral e representava uma transferência direta da sociedade para 12% da elite brasileira que se apropriavam da poupança nacional”, afirmou. Agora, com os juros da Selic em 7,5% ao ano e uma inflação em torno de 5%, o ganho real chega a históricos 2,5% e ainda há possibilidade desse ganho ser reduzido ainda mais.

Esforços geram resultados concretos

Já o senador Anibal Diniz avaliuou que a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de reduzir de 8% para 7,5% ao ano abre espaço para o Brasil chegar, no final deste ano, à menor taxa de juros da história brasileira. “A proposta é que a Selic fique entre 7% e 7,25% ao ano em dezembro, fato inédito que nos levará ao menor nível da série histórica desde a criação do Copom em 1996. Avaliamos que o esforço do governo da presidenta Dilma e da equipe econômica, até aqui, é realmente digno de referência e que os resultados favoráveis já se refletem nos financiamentos mais atraentes para o consumidor”, afirmou.

Diniz reconhece que, apesar das sucessivas reduções da Taxa Selic, o Brasil ainda permanecerá dono de uma das maiores taxas de juros reais do mundo. Não é imoral como era em 2003, mas com a Selic em 7% o juro real seria de 1,5%, atrás da China, que tem juro real de 4,1%; o Chile, que tem uma taxa de 2,4% ao ano; a Austrália que tem 2,3%; a Rússia que tem juro real de 2,3%; a Colômbia que tem juros de 1,7% e a Malásia que tem uma taxa de 1,6%, numa lista elaborada levando-se em conta a inflação projetada para os próximos doze meses.

O senador acriano destaca, também, que os incentivos dados pelo governo para o setor produtivo como forma de reativar a economia neste segundo semestre e a redução dos juros básicos produzirão efeitos positivos, embora seja fundamental que os bancos privados reduzam o elevadíssimo “spread bancário” (diferença entre a taxa de juro de quem investe para quem toma um empréstimo) ainda existente no Brasil, onde, em alguns casos, essa diferença chega a 100%.

Marcello Antunes

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