Donizeti defende que crise econômica não é resultado de ações do governo

Donizeti defende que crise econômica não é resultado de ações do governo

Donizeti Nogueira: ”Não posso concordar com essa visão de terra arrasada que não corresponde à realidade e que só atende aos interesses escusos que apostam todas as suas fichas na desestabilização do Brasil”A crise econômica que se abateu sobre o Brasil não é resultado das ações do governo federal. Ela é o resultado de uma extensa e profunda crise internacional que teve início em 2008. A afirmação, do senador Donizeti Nogueira (PT-TO), baseia-se em estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

As duas instituições avaliam que a economia mundial está em contração.  E mais: estudo feito pelo BID no ano passado concluiu que 30% da desaceleração da economia brasileira se deve ao crescimento reprimido das economias centrais. Já o FMI concluiu que menos de 10% da desaceleração brasileira se deve a fatores internos.

“Esses dois estudos que citei, e muitos outros conduzidos por instituições e profissionais reconhecidos pela seriedade de suas análises, mostram que querer atribuir as dificuldades momentâneas por que passa a economia nacional majoritariamente às decisões tomadas pelo governo federal é uma posição que não se sustenta”, garantiu o senador. Para ele, se existe um erro do atual governo foi “o de não conseguir dimensionar que essa crise se estenderia por longos sete anos. E ela dá indicativos de que haverá mais alguns anos para ser superada”, disse o parlamentar, em pronunciamento ao plenário nesta terça-feira (1º).

Donizeti lembra que as dificuldades na economia de todo o mundo começaram em 2008 e que as iniciativas tomadas pelo governo Lula e, depois, pela equipe da presidenta Dilma Rousseff conseguiram embarreirar a crise até o final do ano passado. “Aqueles que alardeiam aos quatro ventos a precariedade da nossa economia fingem ignorar dois fatos extremamente relevantes: em primeiro lugar, o fato de que a retração da atividade econômica é um fenômeno que vem sendo observado, nos últimos anos, em todo o mundo, e não apenas no Brasil; em segundo lugar, o fato de que, mesmo violentamente afetado pela conjuntura internacional, ainda assim o Brasil tem se saído melhor do que muitos outros países, inclusive aqueles considerados ricos”, enfatizou.

 

Brics 

O senador fez uma comparação entre o Brasil e outros dois países integrantes do Brics, África do Sul e Rússia, que cresceram 40% e 16% comparados ao período anterior à crise, respectivamente – resultados menores que a expansão do nosso PIB, que correspondeu a 59%. “Apesar disso, não me consta que os presidentes da África do Sul e da Rússia estejam sofrendo campanhas de contestação tão articuladas e tão rancorosas quanto as enfrentadas pela presidenta Dilma Rousseff”, observou.

Ele também comparou as estatísticas de desemprego. Enquanto a Europa experimentava níveis alarmantes (França, 10,3%; Itália, 12,4%; em Portugal, 13,2%, na Espanha, 22,5%), “parecia que o mundo ia cair” porque o Brasil chegou a marca de 6,9% de desempregados.

O parlamentar fez questão de deixar claro que não é ingênuo. “Tenho plena consciência, de que nosso País vive um momento delicado. E estou convencido de que alguns ajustes na economia são, efetivamente, necessários. Precisamos ter a consciência e a grandeza de percebermos que somos todos brasileiros. Estamos todos no mesmo barco. O empenho de certos setores da oposição na criação e no agravamento de uma crise política aniquila, de certa forma, as chances de reversão mais rápida da crise econômica”, admitiu.

“Porém, não posso concordar com essa visão de terra arrasada que não corresponde à realidade e que só atende aos interesses escusos que apostam todas as suas fichas na desestabilização do Brasil”, ressalvou.

Donizeti finalizou seu discurso reafirmando sua confiança na superação da crise. “Nossas instituições – e não falo, aqui, somente das econômicas, mas também das políticas, jurídicas e sociais –, são extremamente sólidas, e não serão afetadas pelas ambições inconfessáveis de alguns aventureiros”, defendendo os ajustes que estão sendo realizados pela presidenta Dilma.

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