Suplicy, no plenário, lamenta morte de Dom Tomás Balduíno

Senador discursou para homenagear o religioso, falecido no sábado

Suplicy, no plenário, lamenta morte de Dom Tomás Balduíno

Suplicy lembrou da luta de Dom Tomás pela
luta por uma sociedade mais justa e fraterna

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lamentou nesta terça-feira (06), no plenário do Senado, a morte do bispo emérito da cidade de Goiás, Dom Tomás Balduíno. Em sua manifestação, o petista lembrou-se da incessante luta do religioso por uma sociedade mais justa e fraterna. Balduíno faleceu sábado, em Goiânia, aos 91 anos, vítima de uma tromboembolia pulmonar.

Suplicy mencionou a atuação crucial de dom Tomás na fundação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). “Tenho consciência de que Deus tudo faz a seu tempo, tempo esse que não é nosso, mas o desaparecimento de Dom Tomás Balduíno deixa um enorme vazio em nossas mentes, em nossos corações”, disse Suplicy.

A presidenta Dilma Rousseff, por meio de nota, lamentou a morte do religioso, a quem chamou de persistente. “Dom Tomás foi defensor intransigente dos direitos dos índios, dos trabalhadores sem-terra e dos mais pobres”, registrou, por meio de nota, a presidenta.

Conheça a biografia de dom Tomás Balduíno
Dom Tomás Balduino nasceu em Posse, no norte goiano, em dia 31 de dezembro de 1922. Registrado como Paulo Balduino de Sousa Décio, ao ser ordenado religioso dominicano, em Minas Gerais, recebeu o nome de Frei Tomás.

O religioso ainda filosofia em São Paulo e Teologia em Saint Maximin, na França, onde também fez mestrado em Teologia. Em 1950, lecionou filosofia em Uberaba. Em 1951 foi transferido para Juiz de Fora como vice-reitor da então Escola Apostólica Dominicana, onde ensinou filosofia.

Em 1957, dom Tomás foi nomeado superior da missão dos dominicanos da Prelazia de Conceição do Araguaia, no Pará. Nesse município, viveu de perto a realidade indígena e sertaneja. Na época a Pastoral da Prelazia acompanhava sete grupos indígenas.

Para desenvolver um trabalho mais eficaz junto aos índios, o religioso fez mestrado em Antropologia e Linguística, na Universidade de Brasília (UnB), que concluiu em 1965. Estudou e aprendeu a língua dos índios Xicrin, do grupo Bacajá, e Kayapó.

O religioso foi nomeado Prelado de Conceição do Araguaia em 1965. Na época, Dom Tomás defendeu os indígenas da ocupação de suas terras por empresas agropecuárias.

Em 1967, foi nomeado bispo diocesano da cidade de Goiás, onde permaneceu durante 31 anos. Ao completar 75 anos, em 1999, apresentou sua renúncia e mudou-se para Goiânia. Durante a ditatura militar no Brasil, ajudou pessoas perseguidas pela Ditadura Militar.

Dom Tomás foi personagem fundamental para a criação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), em 1972, e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 1975. A Assembleia Geral da CPT, em 2005, o nomeou Conselheiro Permanente. Por sua atuação firme e corajosa recebeu diversas condecorações e homenagens no Brasil e no exterior.

No dia 8 de novembro de 2006, Dom Tomás recebeu da Universidade Católica de Goiás (UCG) o título de Doutor Honoris Causa devido ao comprometimento do bispo com a luta pelo povo pobre. Em 2012, a Universidade Federal de Goiás fez essa mesma homenagem.

Em 2008, Dom Tomás recebeu da Oklahoma City National Memorial Foudation o prêmio Reflections of Hope. A organização considerou que as ações do religioso são exemplos de esperança na solução das causas que levam a miséria de tantas pessoas em todo o mundo.

Com informações de agências de notícias

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