Teori Zavascki critica “espetáculo” dos procuradores de Curitiba

Teori Zavascki critica “espetáculo” dos procuradores de Curitiba

Ministro alfinetou apresentação de power point que chamava Lula de líder de organização criminosaQuem se comporta como menino, merece puxão de orelha. A lógica parece ter norteado a crítica do ministro Teori Zavascki aos procuradores de Curitiba durante a sessão que apreciou o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que fossem transferidos, de Curitiba para o Supremo Tribunal Federal (STF) os inquéritos contra Lula e sua esposa, Marisa. 

Para o ministro, a entrevista coletiva dos procuradores, no dia 14 de setembro, para apresentar a denúncia oferecida à Justiça do Paraná contra Lula na Lava Jato representou uma “espetacularização”, “episódio que não é compatível  com aquilo que é objeto da denúncia nem com a seriedade que se exige na apuração desses fatos”. 

A apresentação da acusação contra o ex-presidente ficou marcada pela exibição de um power point  ajambrado e adjetivos desferidos especialmente pelo procurador Deltan Dallagnol, que comandou o espetáculo.  Ele classificou Lula como “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato”. A entrevista coletiva foi alvo de críticas nos meios jurídicos e políticos. 

“Lá em Curitiba, se deu notícias sobre organização criminosa, colocando o presidente Lula como líder da organização criminosa, dando a impressão, sim, de que se estaria investigando essa organização criminosa, mas o objeto da denúncia não foi nada disso, criticou Teori. 

Assim como os outros ministros da segunda turma do Supremo, Teori votou contra o pleito da defesa, onde o recurso foi julgado. Assim, os inquéritos contra o ex-presidente seguem com o juiz-xerife Sérgio Moro. 

Os advogados de Lula argumentam que não cabe à 13ª Vara Federal em Curitiba, da qual Moro é o juiz titular, a tramitação dos procedimentos envolvendo Lula. Dizem que há investigações idênticas correndo no STF e, por isso, deveriam ficar a cargo, exclusivamente, da instância superior. 

A acusação contra Lula e sete pessoas já foi recebida pelo juiz Sergio Moro e trata de três contratos da OAS com a Petrobras e diz que R$ 3,7 milhões em propinas foram pagas a Lula. 

Os crimes imputados aos denunciados são corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. 

Giselle Chassot, com agências de notícias 

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