Tereza Campelo garante reajuste dos benefícios do Bolsa Família

Tereza Campelo garante reajuste dos benefícios do Bolsa Família

Os adversários do Bolsa Família levaram um duro golpe no final do ano passado. Deputados e senadores da base aliada e da oposição, num exemplo de responsabilidade política, se uniram e conseguiram barrar a proposta de corte de R$ 10 bilhões previstas pelo relator do Orçamento Geral da União. Agora, a ministra Tereza Campelo, do Desenvolvimento Social, garante que, além de não haver corte, os benefícios serão reajustados.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira (04) pelo jornal O Globo, a ministra disse que o aumento irá ocorrer, mas que ainda não estão definidos nem o índice de correção nem a data do reajuste.

Confira a íntegra da matéria:

Bolsa Família terá reajuste, afirma ministra do Desenvolvimento Social

Depois da polêmica em torno do veto da vinculação do reajuste do Bolsa Família à inflação, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), pela presidente Dilma Rousseff, o governo assegura que haverá reajuste nos benefícios do programa este ano. A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, assegurou, em entrevista ao GLOBO, que o aumento irá ocorrer, mas não se sabe quando nem o percentual a ser concedido. Esse recurso virá da previsão do Orçamento para 2016 de R$ 1,1 bilhão a mais em relação a 2015. O valor do benefício varia de R$ 77 a R$ 336 por família.

— Existe a previsão de ter aumento no Bolsa Família, na casa de R$ 1 bilhão, que pode ser um pouquinho maior, dependendo do comportamento da economia. Me preocupa muito essa ideia de indexar o Bolsa Família à inflação, como queria o Aécio (Neves). Não vamos nos meter nessa aventura. O Bolsa Família não é salário e nem o substitui — disse Tereza.

O veto de Dilma foi à emenda do senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), que previa reajuste pelo índice de inflação medido pelo IPCA. O governo argumentou que não há essa previsão orçamentária e que se tratou de um veto à indexação.

— E não há o que se falar em perda inflacionária porque os beneficiários do Bolsa Família tiveram ganho acima da inflação — disse a ministra.

A variação do benefício médio do Bolsa Família, entre janeiro de 2011 a junho de 2015, foi de 78,35%, e, segundo o governo, supera quatro índices de inflação no período, que variam de 27,95% a 45,78%.

Em nota divulgada no final desta semana, Aécio criticou o veto e afirmou que, em um momento de grave crise, os primeiros a sofrer e de forma mais profunda são os que mais necessitam, ou seja, exatamente os beneficiários do Bolsa Família. O impacto de sua emenda no Orçamento seria de R$ 3 bilhões. “A presidente com seu veto, mais uma vez, sacrifica a população que mais precisa do apoio do governo”, disse o senador tucano, na nota.

Tereza Campello reagiu:

— É uma proposta completamente descabida. Usar o argumento de que recompõe perda inflacionária é desconhecer o que ocorreu com os mais pobres nos últimos anos — disse a ministra.

Ela explica que a presidente Dilma vetou para não atrelar o aumento do benefício à inflação. A previsão do mercado (segundo o Boletim Focus) é de que a inflação ultrapassou os 10% em 2015 e também superará o teto da meta, de 6,5%, neste ano.

A ministra assegurou ainda que não haverá qualquer veto de Dilma ao Orçamento do Bolsa Família. Ao longo da tramitação, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), que relatava a proposta, defendeu um corte de R$ 10 bilhões no programa argumentando que haviam suspeitas de fraudes. O governo trabalhou para evitar o corte e o texto aprovado pelo Congresso prevê R$ 28,8 bilhões para o programa neste ano. O governo destaca que em 2010 o orçamento do programa era de R$ 18 bilhões, o que comprovaria a expansão contínua do Bolsa Família.

 

Leia mais:

Aprovação do Orçamento é exemplo de responsabilidade política, diz Humberto

Orçamento de 2016 terá cortes de despesa, mas Bolsa Família está garantido

Comissão de Orçamento preserva dotação integral para Bolsa Família em 2016

To top