Viana celebra data da incorporação do Acre ao Brasil

O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, caros colegas Senadores, venho à tribuna desta Casa porque hoje é um dia muito especial para todos os acreanos e para o Brasil.
Hoje, dia 17 de novembro, estamos celebrando 108 anos da assinatura do Tratado de Petrópolis, que anexou aquele pedaço do mundo ao território brasileiro.
Faz exatamente 108 anos que o Acre foi anexado ao Brasil. Esse era o desejo dos brasileiros que viviam e trabalhavam nos seringais do Acre desde o final do século XIX.
Primeiro, pegaram em armas contra os bolivianos para conquistar o Acre para o Brasil. Depois, iniciaram a luta para que o território fosse incorporado oficialmente ao Brasil. E, graças à decisão do então Presidente Rodrigues Alves e à determinação e genialidade do Barão do Rio Branco… Aliás, no ano que vem celebraremos o centenário da passagem dele por este mundo. Vamos lembrar o Barão do Rio Branco, que tanta contribuição deu à diplomacia brasileira. Graças a ele, conquistamos a nossa certidão de nascimento. O Tratado de Petrópolis, para nós, significa nossa certidão de nascimento.
Falo “conquistamos” porque a luta para sermos brasileiros foi longa e árdua e custou a vida de muitos brasileiros e muitos bolivianos.
Mas, hoje, realmente me sinto feliz pelas conquistas dos nossos antepassados. Sinto-me honrado por ser acreano e orgulhoso de ser brasileiro e comemoro esta data principalmente como brasileiro que sou.
Explico: é que a conquista do Acre é uma história ainda pouco conhecida pelos brasileiros. A conquista do Acre representa muito para nossa Nação. Pensem bem: é onde a nossa cultura e a língua portuguesa foram mais longe, avançando sobre as antigas colônias espanholas.
A localização do território acreano é estratégica para o País e, até pouco tempo atrás, foi até mesmo desprezada.
A capital do Estado, Rio Branco, está mais perto de Lima e de La Paz, as capitais do Peru e da Bolívia, do que de Brasília, apesar de o Distrito Federal ficar no centro do Brasil.
Isso acontece porque muita gente não tem noção da importância e do que representa essa fronteira.
Não tenho medo de errar quando digo que o território acreano está começando a mudar o mapa da economia do País. O desenvolvimento econômico do Acre permitirá que o Brasil finalmente se volte para seus vizinhos da América do Sul, fortalecendo o sonho de integração entre os países da América do Sul.
O lado brasileiro do que nós chamamos de Estrada do Pacífico ficou pronto quando fui Governador do meu Estado, com o apoio e a determinação do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, num primeiro momento, e, depois, com o nosso querido Presidente Lula.
Este ano, nós tivemos outra etapa, o governo peruano concluiu a obra no seu território, o que se constituiu um dos maiores desafios da engenharia. Agora mesmo, é possível começar o dia na Amazônia brasileira e, antes do anoitecer, ver a neve nos Andes.
A posição do Acre passa a constituir uma nova geografia econômica na região. Agora é possível, com a Estrada do Pacífico, chegar aos portos de Hilo, de Matarani, no Pacífico e, dessa forma, estão abertas inúmeras possibilidades de comércio com a Ásia e com a costa oeste americana.
Sr. Presidente, a outra grande notícia para nós acreanos é que, em 2010, o Presidente Lula criou a nossa Zona de Processamento de Exportação. Esta ZPE está praticamente pronta e é uma das que está em fase mais avançada do nosso País. Com isso, criamos grandes possibilidades de ampliar o comércio com mercados da costa oeste americana e da Ásia.
Tenho muito orgulho deste momento próspero que vivemos no País e no Acre. Tenho todo o orgulho do mundo quando digo que foi no território acreano que nasceu o conceito mais avançado do socioambientalismo, graças a um acreano especial que foi Chico Mendes. Junto com outros acreanos ousados…

 

(Interrupção do som.)

O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC) – Por gentileza.
… e lutadores o desenvolvimento com sustentabilidade é um desafio que o mundo inteiro persegue. Nós criamos este conceito do desenvolvimento com sustentabilidade.
Recentemente, o Congresso Nacional, Sr. Presidente, aprovou o fim do sigilo eterno dos documentos secretos. Esta conquista democrática tem um significado especial para nós acreanos.
Vamos saber mais sobre a nossa história. Os documentos dos bastidores da elaboração do Tratado de Petrópolis vão estar disponíveis. Os documentos secretos de tudo que ocorreu nessa conquista do território acreano também vão estar disponíveis. Algumas dúvidas serão dirimidas, e os historiadores vão ter um material fantástico, porque a história do Acre se confunde com belas páginas da história do Brasil.
Neste momento, eu queria cumprimentar todos os acreanos que nos ajudam a honrar esse passado e fazer do Acre uma referência para todo o nosso Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

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