América Latina resiste

Viva a Pátria Grande: esquerda vence eleição no Equador

Lenín Moreno, apoiado pelo atual presidente Rafael Correa, obteve 51% dos votos no segundo turno. Ele vai governar com maioria absoluta no Parlamento
Viva a Pátria Grande: esquerda vence eleição no Equador

Foto: Carta Capital

O candidato de esquerda ganhou o segundo turno das eleições presidenciais no Equador. Lenín Moreno, apoiado pelo atual presidente Rafael Correa, obteve 51% dos votos no último domingo. Derrotado, o representante da direita Guillermo Lasso já anunciou a intenção de impugnar o resultado e pedir recontagem — qualquer semelhança com Aécio Neves em 2014 não é mera coincidência. “A direita e seu apreço pela democracia: só vale quando eles ganham”, ironizou o senador petista Lindbergh Farias em uma postagem no Twitter.

Com 98,96% dos votos apurados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o candidato do movimento socialista Alianza País (AP) contabilizava 51,16% dos votos válidos, contra os 48,84% de Lasso, candidato da coalizão Creando Oportunidades (CREO). O anúncio formal do vencedor deverá ser feito no prazo máximo de dez dias, mas já não há possibilidades do direitista ultrapassar Lenín Moreno.

Lenín Moreno
Moreno foi vice-presidente do Equador entre 2007 e 2013, na chapa de Rafael Correa. Filho de professores, recebeu o primeiro nome em homenagem a Vladimir Lenin, líder da Revolução Soviética. Começou a vida profissional também como professor, mas passou a trabalhar com turismo. Como dirigente da Câmara Nacional de Turismo, desempenhou um importante papel para que o Equador entrasse no mapa de viajantes de todo o mundo — com 283 km², território equivalente ao Rio Grande do Sul, o país recebe 1,5 milhões de estrangeiros por ano. O Brasil, com 8,5 milhões de km² recebeu 6 milhões de visitantes em 2016, ano da Olimpíada.

Em 1998, foi baleado em um assalto, ficando paraplégico e passou a militar também em favor dos direitos das pessoas com deficiência.

[blockquote align=”none” author=”Senadora Fátima Bezerra”]É L de Lenín Moreno no Equador! É L de Lula pelo Brasil[/blockquote]

Repercussão
“Felicito a Lenín Moreno. O povo do Equador e a democracia são os grandes vencedores”, reagiu a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann, logo após a confirmação da vitória. Nas redes sociais, diversas personalidades do campo progressista celebraram a eleição de Moreno usando a hashtag #PatriaGrande, em alusão à integração latino-americana, uma das bandeiras dos governos do campo democrático-popular e socialista na região.

“Viva A Resistência! Viva A Democracia na América Latina! É L de Lenín Moreno no Equador! É L de Lula pelo Brasil”, celebrou  a senadora Fátima Bezerra (PT-RN). O vencedor da eleição equatoriana também recebeu os cumprimentos do presidente venezuelano Nicolás Maduro e de Raul Castro, dirigente cubano. “O triunfo da Alianza País marca a continuidade dos movimentos progressistas na América Latina, justo quando a direita regional intensifica seus ataques contra processos soberanos”, afirmou Castro ao Granma, do Partido Comunista de Cuba.

Julian Assange, fundador do WikiLeaks que está exilado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, ironizou a bravata do derrotado Lasso, que havia prometido desalojá-lo da representação diplomática assim que tomasse posse na Presidência do país: “Convido cordialmente ao Senhor Lasso que se retire do Equador nos próximos 30 dias (com ou sem seus milhões offshore)”, tuitou ele. O ex-banqueiro Lasso é acusado de manter uma fortuna em paraísos fiscais.

Maioria parlamentar
Moreno vai governar com maioria absoluta na Assembleia Nacional do Equador, condição conquistada ainda no primeiro turno de votação, quando foram definidas as eleições para as cadeiras do Parlamento equatoriano.

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