Wellington: “nesses dez anos de governos do PT, um novo Brasil nasceu”

 

Para Wellington,
“só não vê que não quer”
as mudanças substantivas
operadas nessa década

A tentativa de provocação do senador tucano Aécio Neves (MG), que pretendeu elencar “13 pecados” do PT em seu discurso ao Plenário, nesta quarta-feira (20), foi respondida à altura pelo líder do partido, Wellington Dias (PI), com apresentação – “após imenso esforço de síntese, pois poderia citar milhares” — de 45 grandes acertos nesta década de governo petista. A escolha do 45 é uma alusão ao número do PSDB, o partido de Aécio.

Wellington lembrou a geração de 19 milhões de empregos (contra cinco milhões na era FHC), a taxa de desemprego, a menor desde que começou a ser medida, de 4,6%, (contra 10,5% em 2002), o aumento real de 72% do salário mínimo, entre outras conquistas, como a expressiva redução da desigualdade. “Nesses 10 anos, a renda per capita dos 10% mais ricos cresceu 16,6%, a dos 10% mais pobres cresceu 91,2%”.

Ele também recapitulou a historia do Partido dos Trabalhadores, fundado em 1980, sob a liderança do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, a trajetória do partido e os desafios enfrentados nos últimos 33 anos: “derrotar a ditadura militar, organizar as classes trabalhadoras, enfrentar o poderio econômico da direita, romper o cerco criado por setores da mídia, construir uma plataforma política viável para o Brasil do século XXI e manter viva a bandeira da transformação social em uma conjuntura de hegemonia do pensamento único neoliberal”.

Ao conquistar o governo, em 2002, era preciso reverter um passivo histórico imenso, consolidado sob a égide da hegemonia neoliberal e de duas décadas perdidas. Um quadro de “prolongado baixo crescimento econômico, aumento da vulnerabilidade externa da economia, incremento expressivo da dívida pública, aumento do desemprego e da informalidade no mercado de trabalho, falta de investimento crônico em nossa infraestrutura, baixo progresso no aperfeiçoamento da nossa democracia e uma incômoda e constrangedora posição subalterna no cenário mundial”. Hoje, destacou o senador, “isso foi-se, acabou, não tem volta”.

O fundamental para começar a mudar o País, afirmou Wellington, é que o PT não teve medo. “Éramos movidos pela esperança”. Nesses dez anos de governos Lula e Dilma, “um novo Brasil nasceu. Diferente, mais forte, que enfrenta com consistência a pior crise econômica mundial desde 1929. Um país de classe média, em vez daquele país de miseráveis. Um país de quase pleno emprego, em vez do país dos desempregados. Um país com universidades abertas aos pobres, aos negros e aos indígenas, em vez do país das elites brancas”. Em 10 anos, os governos petistas transformaram o País num “Brasil que hoje come, trabalha e se educa”, resumiu.

Para Wellington, “só não vê que não quer” as mudanças substantivas operadas nessa década. E quem não quer ver são os que “brigam com a realidade. Os ressentidos e os derrotados. Pois o povo enxerga muito bem”.

Regimento

O debate travado nesta tarde também deixou clara a necessidade de alteração no Regimento Interno do Senado. Como falava pela Liderança do PT, o senador Wellington não pode conceder apartes aos parlamentares, como o senador Paulo Paim (PT-RS), que solicitou espaço para comentar o pronunciamento do colega. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi um dos que chamou a atenção para a oportunidade perdida de aprofundar a discussão sobre o Brasil.

“Tivemos não só a fala do Senador Aécio Neves, expoente da oposição PSDB e DEM, como também do senador Wellington, da Liderança do PT. Se nós tivéssemos estendido mais o espaço de debate nos apartes, teríamos uma oportunidade que, no meu entender, seria única, de debatermos o Brasil. Entendo a exigência do cumprimento regimental, mas já que estamos debatendo a reforma administrativa e estaremos, também, a debater o Regimento do Senado, é necessário termos flexibilidade para que oportunidades como essa possam ser melhor aproveitadas para o debate aqui na Casa”, defendeu.

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) chegou a sugerir que, diante da relevância do debate, fosse aberta uma exceção, ou que se contemplasse um maior número de inscritos. Pedro Taques (PDT-MT) também defendeu a revisão do Regimento, “porque não é possível, em um debate importante como esse, trazido pelo senador Aécio Neves e pelo senador Wellington Dias, um debate importante para o futuro do Brasil, nós não termos condições de parlamentar, de parlar, de falar…”

 

Clique aqui para ler a íntegra do discurso de Wellington Dias

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