Wellington previu queda da inflação, tucano apostou no pior

Wellington previu queda da inflação, tucano apostou no pior

 “Contraditório” de revista gaúcha contrapõe Wellington Dias (PT-PI) a Ciro Miranda (PSDB-GO). A aposta no pior do tucano perdeu 

Prejuízo causado ao país por essas
expectativas catastróficas foi enorme

De um lado, segurança e certeza de que tratava-se de um fenômeno passageiro, provocado principalmente pelos rigores do clima nos três primeiros meses deste ano; do outro, a repetição da cantilena de que o governo não tem credibilidade, “que a presidente não entende de economia” e toda a sorte de maus agouros e a imagem de que “o país está à deriva”.
Essas são, em resumo, as posições defendidas pelos senadores Wellington Dias (PT-PI) e Ciro Miranda (PSDB-GO) no desafio proposto pela revista Voto para que os dois parlamentares se manifestassem sobre inflação, em uma das principais seções da publicação – a “Contraditório”.

Ambos tinham de responder à pergunta “O governo Dilma é competente para conter a inflação?”.

Wellington prendeu-se aos números aos indicadores disponíveis que, na época da produção do artigo, apontavam para a estabilidade nos preços; já o senador tucano optou por esquecer da realidade e prever o  pior dos mundos para o Brasil. Felizmente, o senador do PT estava com a razão, como pode ser comprovado nos indicadores do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela queda generalizada do valor da cesta básica avaliada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) – ambos divulgados na semana passada.

Leia abaixo, a íntegra do artigo do senador Wellington Dias:

Em primeiro lugar, é preciso dizer que a questão é imprecisa, pois induz a um ambiente de inflação instalada – que não é o caso do Brasil. A esse cenário que não existe, foi acrescentado o adjetivo “competente”, com nova indução que coloca em dúvida a capacidade do governo Dilma para enfrentar uma situação irreal.
Portanto, nem uma coisa, nem outra.
O pico nos preços dos alimentos no primeiro trimestre foi provocado pela sobreposição de condições climáticas adversas. Os produtores gaúchos enfrentaram esse problema nos últimos anos, com o excesso de chuvas, problema que aflige hoje os estados do Paraná e de Santa Catarina. Já em algumas regiões do Nordeste, vamos para o terceiro ano sem chuvas. Tanto ao Sul quanto ao Norte, vários produtos da dieta alimentar brasileira foram afetados – entre eles o tomate, maior vilão da temporada.
O estouro de 0,09 ponto percentual do teto da meta, ocorrido no mês de março em relação aos doze meses anteriores, foi, sim, inflacionado pelo que a presidenta Dilma chamou de “especialistas em pessimismo”. Com menos da décima parte de um ponto percentual, o indicador não indicou tendência de alta. 
O prejuízo causado ao país por essas expectativas catastróficas foi enorme. Agora, com os indicadores indicando a volta do IPCA ao centro da meta, esses maus agouros perderão a finalidade eleitoral que tiveram durante o mês de março.
A perda de confiança dos investidores propalada pelos pessimistas não se concretizou. Números oficiais do Banco Central mostram que, mesmo com a crise que mina a economia global, o Brasil continua sendo um dos principais destinos dos investimentos estrangeiros diretos – os que efetivamente interessam ao país.
Vale dizer ainda que, entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil e a China são os únicos a não registrar recessão e desemprego, desde que eclodiu a crise de 2008. A cada novo indicador da Europa e dos EUA, a atual crise confirma ser a mais grave de toda a história do capitalismo.

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