No Brasil, um país marcado pela desigualdade e divisão social do trabalho, os rendimentos de cada família exercem forte influência sobre as situações alimentares e revelam as condições desiguais de reprodução social das famílias.
O Atlas das situações alimentares no Brasil revela que domicílios com menor rendimento gastam menos com alimentação, mas comprometem uma parte maior do orçamento doméstico para adquirir os alimentos.
Ou seja, quanto mais pobre a família, maior é o comprometimento do orçamento com alimentação.
Em 2017-2018, nos domicílios com rendimento de até 2 salários-mínimos, a despesa média mensal com alimentação era de 329 reais, o que representava 22% da despesa total. Já nos lares com renda superior a 25 salários-mínimos, esse valor era de 2.061 reais, mas representava apenas 7,6% da despesa total (IBGE, 2019).
Pobres comprometem mais de 20% da própria renda para sobreviver