A devastação provocada pela Covid-19 avança de maneira aterrorizante no Brasil, que bateu mais um recorde de óbitos pela doença em 24 horas. Na terça-feira (16), foram registados 84.362 novos casos e mais 2.842 mortes. Ao todo, a pandemia já tirou a vida de 282.127 brasileiros.
No estado de São Paulo, que bateu seu recorde de mortes em um dia (679), o sistema de atendimento colapsou de vez. Hospitais particulares pedem para encaminhar pacientes para o Sistema Único de Saúde (SUS), que, por sua vez, não é capaz de atender a demanda. Na rede pública, 90% das UTIs estão ocupadas e metade dos hospitais não tem nenhum leito de cuidado intensivo livre. Resultado: 77 pessoas morreram à espera de UTI.
Outro recorde de mortes foi batido no Rio Grande do Sul. Nesse estado, foram registrados 502 óbitos em 24 horas. O recorde anterior havia sido no sábado (13), com 331 mortes. Já o total de novos casos foi de 9.767.
“Estou entusiasmado”
Enquanto a Covid-19 mata quase dois brasileiros por minuto, o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se disse “entusiasmado”. “Estou entusiasmado e conversei com a equipe do Ministério da Saúde para reforçar medidas e trazer novas contribuições, sempre baseado no melhor da evidência científica”, disse.
Queiroga exaltou a gestão do general Eduardo Pazuello, durante a qual 250 mil morreram, e não se dispôs a responder perguntas da imprensa, admitindo que ainda precisa conhecer os dados a respeito de sua pasta. “Em um momento com mais dados a respeito do ministério, nós vamos nos dispor a prestar todos os esclarecimentos”, justificou.
Lição dos Estados Unidos: troquem o presidente
Os números e a política genocida do governo deixam claro que não é de uma troca de ministro que o país precisa, mas de uma troca de presidente. E uma prova disso vem dos Estados Unidos, país tão exaltado por Jair Bolsonaro, mostra matéria da Folha de S. Paulo.
Lá, após a saída de Donald Trump, a média móvel semanal de mortes caiu de 3.110 (número registrado em 20 de janeiro, dia da posse de Joe Biden) para 1.354 (registro do último dia 14). No mesmo período, o Brasil, que não trocou de presidente, viu sua média saltar de 981 para 1.831.