A escassez de água que castiga o semiárido nordestino nos períodos de longa estiagem, na maioria das vezes, é representada por safras inteiras perdidas e carcaças de animais mortos de sede. Trata-se apenas de uma parte do problema, não sendo incomum – como ocorre hoje – que grandes cidades sejam obrigadas a racionar água para manter o abastecimento para a população.
Para atenuar esse drama, dois ministérios assinaram nesta quarta-feira (15/08) um convênio. Os ministros Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), consolidaram investimentos de R$ 85,84 milhões para a instalação de 40 mil cisternas.
Do total, 32 mil cisternas vão para o Semiárido e o Maranhão, outras 4 mil para a Região Sul e número igual para o restante do País. Os valores serão repassados pelo MDS ao Ministério das Cidades em quatro parcelas. A primeira será este ano, duas em 2013 e a última em 2014, quando encerra a cooperação.
Na avaliação do líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, Walter Pinheiro (BA), esse tipo de ação é de “extrema importância” para melhorar a qualidade de vida da população que sofre com as longas estiagens. Em pronunciamento no plenário do Senado, na última quinta-feira (09), Pinheiro destacou um convênio para construir outras 27 mil cisternas na Bahia. “Esses sistemas simplificados de abastecimento garantem qualidade de vida a cada cidadão, onde quer que ele esteja vivendo”, disse.
A construção de cisternas já foi objeto de declarações até do coordenador da organização não governamental Articulação do Semiárido (Asa Brasil), Naidison Baptista. Segundo ele, a medida afiança dignidade aos brasileiros afligidos pela seca, juntamente com outros programas sociais. “O Bolsa Família e o programa de construção de cisternas garantem alimentação às famílias e evitam que elas se dirijam às filas de distribuição de alimentos”, afirmou.
De acordo com Baptista, desde 2003, mais de 400 mil cisternas foram construídas, beneficiando 2 milhões de famílias. As cisternas são tanques de armazenamento de água da chuva. A água que escorre do telhado da casa é captada pelas calhas e cai direto na cisterna, onde é armazenada. Com capacidade para 16 mil litros de água, a cisterna supre a necessidade de consumo de uma família de cinco pessoas por um período de estiagem de oito meses.
Catharine Rocha, com informações do MDS
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