Suplicy pede solidariedade para Pussy Riot e Assange

Senador disse que todos que se preocupam com liberdade de expressão, devem ser solidários.

Senador diz que todos que se preocupam com liberdade de expressão, tem de ser solidários com fundador do site que revelou segredos diplomáticos e com banda feminina de punk que afrontou Vladmir Putin. 

A recente condenação à prisão das integrantes da banda punk russa “Pussy Riot” e o impasse em torno do dirigente do site WikiLeaks, Julian Assange, devem merecer atenção e solidariedade de todos os setores preocupados com a liberdade de expressão, afirmou o Senador Eduardo Suplicy (PT-SP) em pronunciamento ao Plenário, na tarde desta terça-feira (20/08).

O senador elogiou a postura do governo da presidenta Dilma, que vem reiterando seu apoio à soberania do Equador. Assange está abrigado na embaixada equatoriana em Londres e já recebeu asilo político do governo daquele país, mas o governo britânico se recusa a fornecer-lhe o salvo conduto necessário para que ele possa deixar a Inglaterra. Além disso, o governo britânico a ameaçar quebrar da inviolabilidade da representação diplomática do Equador para prender o jornalista.

Já as integrantes do grupo punk “Pussy Riot” foram condenadas pela justiça da Rússia a dois anos de prisão, por vandalismo, a serem cumpridos numa rígida colônia penal russa. A três jovens haviam realizado um protesto na Catedral do Cristo Salvador, em Moscou, contra os supostos laços que unem o governo do Presidente Vladimir Putin à liderança da Igreja Ortodoxa Russa. Suplicy destacou que o processo durou apenas 15 dias. “Medidas como essa levam ao cerceamento da liberdade de expressão, coíbem a crítica e dificultam a implementação da transparência no serviço público”

Assange pode ser condenado à morte
Pesa contra o australiano Julian Assange um mandato de busca internacional, expedido pela Suécia, onde deve responder por duas acusações de crimes sexuais. “Segundo informações da mídia internacional, uma mulher que o havia convidado para dormir em sua casa acusa-o de, durante um ato sexual consentido, ter furado a camisinha de propósito”, explicou Suplicy. “A segunda denúncia parte de outra mulher que foi com Assange a um bar, a um cinema e, depois, foram dormir juntos. Ela afirma que o sexo que fizeram na manhã seguinte, sem camisinha, foi sem o seu consentimento”.

Suplicy reconhece a da gravidade das acusações contra o jornalista e afirma que elas precisam ser respondidas. “O problema estaria restrito a questões do Direito privado, não fosse Assange o responsável pelo site WikiLeaks, que muita dor de cabeça tem dado a vários governos ao redor do mundo”.

O WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos, que torna de conhecimento público, em sua página na internet, documentos  e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. Ao longo de 2010, o WikiLeaks publicou grande quantidade de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos, com forte repercussão mundial. Teme-se que Assange seja extraditado para os EUA, onde poderia receber até a pena de morte, caso apresente-se à justiça sueca.

Acesso à informação
“Devemos priorizar com todas as forças a liberdade de expressão dos indivíduos, a liberdade de imprensa e a transparência total em tudo que se relaciona com a vida e o poder públicos. O cidadão tem o direito de saber, sem precisar justificar, tudo que de público ocorre à sua volta”, afirmou Suplicy em seu pronunciamento. “O Brasil deu um passo importante no sentido de conceder maior transparência à coisa pública, quando aprovamos a Lei de Acesso à informação.”

Cyntia Campos

 

 

 

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